Venezuela enfrenta protestos populares pelo 3º dia seguido e 13 pessoas já morreram

A sua iniciativa foi reconhecida por Brasil, EUA e mais 11 países. Maduro rejeita sair do poder e diz que Estados Unidos lideram complô contra seu governo.

De acordo com a agência de notícias EFE, os protestos desta quinta voltaram a se concentrar em bairros populares de Caracas, antes considerados bastiões do chavismo, que governa o país desde 1999.

Protesto contra Maduro em Caracas, na quarta-feira (23) — Foto: Manaure Quintero/Reuters

Protesto contra Maduro em Caracas, na quarta-feira (23) — Foto: Manaure Quintero/Reuters

A ONG Provea, de Direitos Humanos, informou que por volta de 1h (3h de Brasília), foram registradas 15 manifestações na zona Oeste e no Centro da capital venezuelana. Forças de segurança tentaram dispersar manifestantes com o uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Desde o início das manifestações, pelo menos 13 pessoas morreram no país, segundo a ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS). De acordo com o órgão, as vítimas foram atingidas por disparos e foram atacadas por agentes da polícia ou por grupos paramilitares.

Os protestos no centro de Caracas, sede dos poderes públicos da Venezuela, intensificaram-se na segunda-feira (21), quando membros da Guarda Nacional Bolivariana se rebelaram e pediram para que as pessoas fossem às ruas para protestar contra Maduro. Eles foram presos um pouco depois.

Manifestante é ferido em protesto em Caracas.

Foto: El Mundo

No mesmo dia, ocorreram dezenas de manifestações que reivindicavam o fim da crise. Desde então, mais de 50 protestos ocorreram apenas em Caracas, e um número indeterminado no restante do país.

O número dois do chavismo e chefe da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), Diosdado Cabello, disse que os grupos que se manifestam são “pagos” e geram violência.

Presidente interino

Juan Guaidó se declara presidente interino da Venezuela — Foto: Federico PARRA / AFP

Juan Guaidó se declara presidente interino da Venezuela — Foto: Federico PARRA / AFP

Na quarta-feira, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e líder da oposição, Juan Guaidó, declarou-se presidente interino do país e foi reconhecido pelos governos do Brasil e dos EUA, entre outros. Guaidó falou a uma multidão de manifestantes que saíram às ruas para protestar contra o governo Maduro. O país também registrou atos pró governo.

“Juro assumir formalmente as competências do Executivo nacional como presidente interino da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação, um governo de transição e ter eleições livres” – Juan Guaidó

Reação de Maduro

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fala da sacada do Palácio Miraflores, em Caracas, ao lado de sua mulher, Cilia Flores, e do presidente da Assembleia Constituinte, Diosdado Cabello, na quarta-feira (23) — Foto: Luis Robayo/AFP

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fala da sacada do Palácio Miraflores, em Caracas, ao lado de sua mulher, Cilia Flores, e do presidente da Assembleia Constituinte, Diosdado Cabello, na quarta-feira (23) — Foto: Luis Robayo/AFP

“Aqui não se rende ninguém, aqui não foge ninguém. Aqui vamos à carga. Aqui vamos ao combate. E aqui vamos à vitória da paz, da vida, da democracia”, disse ainda.

As autoridades norte-americanas, no entanto, não reconheceram a declaração de Maduro. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que não acredita que o governo chavista “tenha autoridade legal para quebrar relações” com os Estados Unidos.

Juan Guaidó chegou a enviar um pedido às embaixadas para que funcionários não deixassem o país e afirmou que manterá relações diplomáticas com todos os países.

Por: G1

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