Colégio Agrícola sem definição

Agrícola
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Há pouco menos de um mês para o início do ano letivo, o destino da Escola Técnica Agrícola Antônio Sarlo, no Parque Aldeia, em Campos, continua indefinido. A informação é da vice-diretora da instituição, Victoria Carogio, que falou sobre as dificuldades enfrentadas pela instituição mediante a instabilidade da verba repassada pelo Governo Estadual, no último ano.

Para o novo governo, a expectativa é de que, no mínimo, as portas do colégio estejam abertas para atender a comunidade de forma gratuita. A falta de transporte público tem sido mais uma preocupação dos pais e alunos da instituição. Atualmente, o colégio conta com 300 estudantes que cursam o Ensino Fundamental e o Médio/Técnico.
Victória informou que a crise financeira da escola teria sido agravada em 2017, se entendendo durante o ano de 2018. Até o último mês de dezembro, todas as unidades da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) teriam recebido uma verba descentralizada, ou seja, um valor acumulado que deveria ser distribuído mensalmente. No caso do Colégio Agrícola, o valor anual repassado foi de R$ 114 mil, que, segundo ela, seria insuficiente para uma unidade com 155 hectares.
“Iniciamos 2018 com a escola sem condições mínimas de manutenção, para compra de material básico como cano e torneira. Até que a instituição recebeu em março uma quantia de R$ 4 mil cedida pela Escola Técnica Estadual João Barcelos Martins, após Audiência pública com a Comissão de Educação cobrando posicionamento da presidência da Faetec. Entre novembro e dezembro, o governo repassou o acumulado de R$ 100 mil”, explicou.
Segundo a vice-diretora, a verba recebida vem sendo revertida em melhorias estruturais e manutenção pedagógica, com a compra de materiais. “Estamos fazendo uma pequena reforma nos banheiros, uma revisão da parte elétrica e instalação de ar condicionado em quatro salas do ensino fundamental e iniciaremos a pintura do prédio”, completou.
Uma das alternativas de manter a escola Agrícola em funcionamento está na incorporação pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), mas que, segundo Victoria, a questão dependeria de uma finalização da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação. Em maio do ano passado, a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) chegou a realizar uma audiência pública sobre escolas agrícolas do estado, mas nada foi definido.
“A gente espera que a nossa instituição sobreviva atendendo a comunidade, independente de vínculo seja com a Faetec, Uenf, ou a Prefeitura Municipal. Pra nós, o importante é que ela esteja aberta, em pleno funcionamento, oferecendo educação gratuita, de qualidade, para qualquer aluno que queira entrar na unidade”, disse.
Até que a questão seja resolvida, pais e alunos da unidade estão preocupados com o futuro da escola, enquanto a direção luta para manter o ritmo de trabalho, que já soma 63 anos em atividade.
“Um possível fechamento implicaria em muitas crianças fora da escola e que teriam que ser abraçadas por outras escolas estaduais ou municipais que estão inchadas, sem condições de atender a mais crianças. Além disso, a instituição tem uma contribuição não só dentro da comunidade campista, mas nacional. Por ela já passaram pessoas de diversos estados do país.
Hoje, recebo ex-alunos, que são agrônomos na Bahia e que fazem parte do escalão de governos e que sofrem ao ver as condições em que a escola chegou”, contou.
Em nota, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) informou que, conforme a Faetec, há interesse entre a Fundação e a Uenf sobre a incorporação da Escola Técnica Estadual Antônio Sarlo, como colégio de aplicação, à Universidade. O processo está tramitando e encontra-se no Conselho Superior de Educação da Uenf, mas a mudança só será definida com a aprovação do governador. Caso o governo não aprove, a unidade continuará aberta e sob a responsabilidade da Faetec.
Virna Alencar
Por: Folha 1

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