Cesare Battisti chega à Itália e será levado para presídio em Roma após 37 anos de perseguição

Reprodução – Facebook

O avião com o italiano Cesare Battisti chegou ao aeroporto de Ciampino, em Roma, nesta segunda-feira (14). Ele foi entregue pela polícia boliviana às autoridades da Itália na cidade de Santa Cruz de La Sierra, onde foi preso no sábado (12).

Battisti será levado para Rebibbia, um presídio na periferia de Roma. No trajeto, patrulhas fecharão os acessos para que o comboio chegue rapidamente ao local, segundo o jornal “Corriere della Sera”. O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, anunciou que iria ao aeroporto para receber Battisti, a quem ele chama de “assassino comunista”.
O italiano, que integrou o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos nos anos 1970. Ele afirma que nunca matou ninguém e se diz vítima de perseguição política.
Foram 37 anos de fuga permanente, com períodos de prisão e lutas político-judiciais para evitar a Justiça da Itália. Battisti escapou do seu país na década de 1980, viveu na França, no Brasil e, mais recentemente, havia se escondido na Bolívia.
O italiano chegou a conseguir refúgio no Brasil. Mas o status, concedido a ele pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi revisto em dezembro do ano passado, por Michel Temer, que autorizou sua extradição. A Polícia Federal fez mais de 30 operações para localizá-lo, mas não teve sucesso.
Como a entrada de Battisti na Bolívia foi ilegal, a expulsão dele foi requerida pela Itália e acatada pelo governo boliviano. O plano inicial incluía a volta de Battisti ao Brasil em um avião da Polícia Federal, para depois ser extraditado para a Itália.
Possíveis benefícios
Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1993 sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos na Itália na década de 70.
Como os crimes foram cometidos antes de 1991, quando houve uma mudança na legislação italiana, ele terá alguns benefícios, como sair da cadeia por curtos períodos se apresentar bom comportamento depois de ter cumprido 10 anos de pena, de acordo com o jornal Bom Dia Brasil.
Como ele foi julgado à revelia (sem a presença do réu), a defesa também pode tentar um novo julgamento.
Fonte: G1

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