Pezão é flagrado com dinheiro dentro de cadeia da PM
Inspeção encontrou na ‘cela de luxo’ do governador 500 euros e pequena quantia de dólares, pesos colombianos e iene (moeda japonesa).
Rio – O governador Luiz Fernando Pezão foi flagrado com dinheiro em espécie na sala do estado maior na Unidade Prisional da PM, em Niterói, antigo Batalhão Especial Prisional (BEP), durante fiscalização das Forças Armadas, nesta sexta-feira. Alvo da Polícia Federal (PF) por desvio de milhões dos cofres públicos para benefício próprio, segundo o Ministério Público Federal (MPF), a inspeção encontrou na “cela de luxo” do governador 500 euros (cerca de R$ 2.200,00 Reais) e pequena quantia de dólares, pesos colombianos e iene (moeda japonesa).
Também foram encontrados sete celulares nas celas de outros presos. De acordo com fontes, os aparelhos estavam em uma área comum de todos os detentos — nos fundos da cadeia, fora das celas. Os telefones foram localizados com o auxílio de equipamentos que detectam metais. No começo do mês, a corregedoria já havia feito outras duas inspeções na unidade, mas nenhuma irregularidade havia sido encontrada. O caso está sendo registrado na 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPMJ), em Niterói.
A Unidade Prisional é alvo de uma fiscalização das Forças Armadas desde o início da manhã desta sexta-feira. A tropa do do Comando Conjunto faz varredura nas instalações e procura algum material que não seja permitido na unidade, que recebe Pezão desde o dia 29 de novembro.
Os 160 militares das Forças Armadas realizaram uma inspeção visual e também varredura eletrônica/magnética nas instalações do Complexo Prisional. A PM dá apoio com 100 policiais militares. Esta é pelo menos a terceira inspeção somente este mês.
Como o DIA já havia mostrado com exclusividade, no mesmo dia em que foi preso e seguiu para Niterói, Pezão (MDB) recusou-se a usar o uniforme da corporação: short preto e camisa branca. A confusão começou quando Pezão recebeu a roupa de um policial e o informou que não iria vestir. A direção do local teve de intervir e obrigou Pezão a cumprir a ordem. O impasse durou pelo menos 10 minutos.
No fim, Pezão obedeceu, contrariado, ao comando da PM. Ele está na “sala de Estado Maior” já que a legislação prevê a prisão de determinadas autoridades, como o governador, em salas e não em celas comuns. Pezão não teve a cabeça raspada. Mas ele teve de cortar os cabelos bem curto, no estilo militar.
Ele presta depoimento neste momento. O dinheiro foi encontrado por agentes da Corregedoria da PM.
Por Adriano Araujo e Rafael Nascimento