Polícia Federal faz busca e apreensão no apartamento de Gilberto Kassab em São Paulo

Polícia Federal em frente ao prédio de Gilberto Kassab, em São Paulo — Foto: Philipe Guedes/TV Globo

Polícia Federal em frente ao prédio de Gilberto Kassab, em São Paulo — Foto: Philipe Guedes/TV Globo

A Polícia Federal (PF) faz buscas no apartamento do ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), em São Paulo, nesta quarta-feira (19). A ação decorre da delação da JBS – um delator da empresa afirma que o político recebeu mesada de R$ 350 mil por mês em 2009, quando era prefeito de São Paulo, em troca de defesa dos interesses do grupo.

Os policiais também fazem buscas na residência de Renato Kassab, irmão do ministro. A ação ocorre também em São Bernardo do Campo, São José do Rio Preto, no interior, e Natal, no Rio Grande do Norte. Os mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moares, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A autorização tem como base o inquérito que investiga se Kassab cometeu corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa-dois, segundo acusações feitas no âmbito da delação da JBS.

O advogado do ministro chegou à residência pouco antes das 7h e entrou sem falar com a imprensa.

“Ao longo de todos esses anos de vida pública não há nada que me comprometa no campo da imoralidade. Estou tranquilo porque sempre respeitei os princípios da ética. Estou à disposição do Ministério Público e do Poder Judiciário. Não há nada que macule minha imagem”, afirmou Kassab ao G1 por telefone.

O caso

O inquérito apura o suposto pagamento do grupo J&F ao ministro por meio de contratos com as empresas Yape Transportes e Yape Consultoria, ligadas ao político. A investigação mira ainda repasses feitos pelo mesmo grupo a Kassab referentes à uma suposta compra do apoio político do PSD pelo PT.

As investigações foram abertas com base na delação de premiada de Wesley Batista e Ricardo Saud, executivos do Grupo.

Na colaboração, Wesley contou que quando era prefeito de São Paulo, em 2009, Kassab recebia R$ 350 mil de propina por mês num aluguel de caminhões. Segundo o delator, durante seis anos foram pagos cerca de R$ 20 milhões.

Os pagamentos teriam sido efetuados pelo grupo J&F, por meio de doações oficiais.

Por Julia Duailibi e Tatiana Santiago

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