Advogado é preso suspeito de pedir destruição de provas do caso Pezão
Tony Lo Bianco foi gravado em interceptação telefônica pedindo o sumiço de documentos da Kyocera, empresa para a qual trabalhava e fez obra do Arco Metropolitano.
Tony Lo Bianco foi preso nesta segunda, suspeito de tentar queimar provas da Boca de Lobo, operação que prendeu o governador Luiz Fernando Pezão — Foto: Reprodução
O advogado Tony Lo Bianco foi preso, na manhã desta segunda-feira (10), a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). Ele é suspeito de tentar atrapalhar a investigação do esquema criminoso que envolve o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), pedindo a destruição de provas.
A prisão foi determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O G1entrou em contato com o escritório dele, que informou que ainda não tem um posicionamento sobre a prisão.
Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em quatro endereços ligados a ele e na residência de Sérgio Beninca.
Lo Bianco é advogado da empresa Kyocera, uma das integrantes do consórcio que venceu a licitação para obras do Arco Metropolitano. Segundo a investigação, houve propina na construção. Já Beninca é ligado a Cézar Amorim, um dos alvos da operação que prendeu Pezão.
Segundo a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, a ação foi descoberta em ligações telefônicas interceptadas. Lo Bianco e Cézar Amorim conversam e o advogado pede, com urgência, o sumiço de documentação da Kyocera de um determinado local.
“Verifica-se, assim, um quadro de intricadas relações envolvendo membros da Orcrim (Organização Criminosa) e, pior, com a destruição de provas a demonstrar a necessidade da custódia cautelar”, pontua Raquel Dodge, em um dos trechos da petição.
Governador preso.
Pezão foi preso no último dia 29 pela força-tarefa da Lava Jato. Ele estava no Palácio Laranjeiras, residência oficial dos chefes de estado. O governador nega as acusações.
A Operação foi batizada de Boca de Lobo e é baseada na delação de Carlos Miranda, braço direito de Sérgio Cabral na quadrilha. Segundo Miranda, Pezão não só manteve o esquema como aumentou: a taxa de propina, em alguns contratos, saltou de 5% para 8%.
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 39 milhões em bens. São investigados os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa e passiva.
Por G1 Rio