O edifício Vollare, situado na rua Mariano de Brito, na Pelinca, em Campos, apresentou durante coletiva de imprensa no próprio prédio, na manhã desta sexta-feira (7), as etapas do processo de recuperação do imóvel. O local precisou ser interditado pela Defesa Civil, no dia 25 de novembro, depois que um pilar estrutural da garagem, no segundo piso, sofreu uma ruptura, assustando os moradores. Na primeira fase, como medida emergencial, escoras foram colocadas para reforço da estrutura. Agora, engenheiros fazem o diagnóstico dos danos ocasionados e preveem a construção de um pilar paralelo ao que foi danificado. Estudos devem ser concluídos dentro de dois meses até a fase final de execução. Ainda não há previsão para o retorno definitivo das 28 famílias que aguardam a liberação do edifício.
Segundo o engenheiro responsável pela obra, Paulo Maia, o prédio apresenta danos que consistem em trincas e rachaduras de várias posições e dimensões. Para garantir o reforço da segurança, a construção do pilar paralelo — que se estenderá do térreo até a área de lazer, no terceiro pavimento — ocorrerá dentro da fase de estudos e antecipará a última etapa dos trabalhos.
— Em análise técnica preliminar, nos dias 22 e 25 de outubro, identificamos a gravidade do problema. A partir de então, optamos por fazer o escoramento para que se a estrutura se movimentasse, não entrasse em colapso. A identificação das causas faz parte do processo, mas, o que a gente precisa, hoje, é introduzir elementos novos dentro da estrutura. Logo, os estudos vão nos permitir identificar como esses elementos vão alterar o comportamento dela — disse.
Cobrança na Justiça — O morador Jair Araújo informou que o prédio começou a ser construído em 2004 e as obras entregues em março de 2008. Até que, em dezembro de 2014, os moradores começaram a observar as trincas, não tão graves, naquele momento. Diante disso, o próprio condomínio convocou outro grupo técnico, que avaliou a necessidade de reparos. Tal responsabilidade, segundo Jair, não foi acatada pela construtora, gerando a propositura de uma ação na Justiça.
— Cobramos da Dac a resolução do problema, mas ela se recusou e tivemos que recorrer à Justiça. Nunca houve nenhuma participação da construtora, quer seja um diagnóstico ou solidariedade. O que houve foi sempre uma posição ambígua em termos de apontar como causa a construção do prédio em frente, se isentando da possibilidade de o problema originário ser da própria construção do prédio — disse.
O advogado Manoel Rego Barros, representando o condomínio, informou que, a partir das primeiras constatações dos vícios construtivos, foi gerada a ação judicial no início de 2015, visando o ressarcimento dos gastos custeados pelos moradores. Os valores gastos na recuperação do edifício serão levantados somente na fase conclusiva do projeto.
— O rompimento do pilar foi um agravamento, fato que será juntado aos autos do processo, o qual se encontra aguardando laudo pericial judicial. O resultado deste laudo deve ser entregue pelo perito na próxima semana — disse.
Ao final dos trabalhos de execução, os engenheiros irão emitir um documento com informações sobre os processos refeitos e as causas apuradas. Isso servirá de base para a Defesa Civil fazer a liberação do prédio.
Fases foram apresentadas em coletiva
— Vamos nos reunir com todo o corpo técnico para saber qual a garantia para que os moradores retornem definitivamente aos seus apartamentos. Todo procedimento que a Defesa Civil for adotar, em termos de desinterdição, será em comum acordo com o laudo apresentado pela empresa responsável pela obra e com o jurídico da Prefeitura — garantiu o coordenador da Defesa Civil, major Edison Pessanha.
Interdição em prédio vizinho — Além do edifício Vollare, um imóvel ao lado foi interditado, como medida de segurança, até que as causas sejam definidas. A Defesa Civil destacou que o mesmo critério a ser utilizado para o regresso dos moradores do prédio será adotado para o vizinho.
A moradora do Vollare Adriana Macedo, 48 anos, participou da reunião e contou que estava viajando e retornou após o prédio ser evacuado. “Lamento o ocorrido, mas, agradeço o livramento. Moro com meu esposo e meu filho, de 26 anos. No momento, estamos na casa do meu irmão, situado aqui na Pelinca. Mas, por cautela, fomos orientados a entrar e sair do prédio durante o dia, para pegar algum pertence”, relatou.