Gum fala em tom de despedida: “Pode ter sido meu último jogo pelo Fluminense”
Foto: Futura Press
Zagueiro revela ter aceitado reduzir salário em 50%, mas divergências no tempo de contrato paralisaram conversas. Disse que decisão será da família: “Tenho 32. Ou saio agora, ou nunca mais”
Jogador que mais vestiu a camisa do Fluminense no atual elenco, com 414 partidas, Gum pode ter feito seu último jogo pelo tricolor neste domingo, na vitória por 1 a 0 sobre o América-MG. Logo após o triunfo que livrou o clube do rebaixamento no Brasileirão, o zagueiro e capitão falou em tom de despedida:
– Amei essa camisa, me entreguei mais do que eu poderia, no limite físico e mental. Guardei fé, esperança e caráter, e hoje talvez seja meu último jogo. Já me emocionei, já chorei. Saio hoje com sentimento de amor ao clube e dever cumprido.
Na saída do estádio, o zagueiro deu mais detalhes de sua possível saída. Segundo ele, a vontade da família pesará na decisão:
– Hoje pode ter sido meu último jogo pelo Fluminense. Não sei. Não tem como saber. Vai ser conversado. Estou há quase dez anos nesse clube, já tive propostas para sair. Nunca fui por amor ao Fluminense, porque sempre tive prazer em estar aqui. A minha esposa sempre perguntou se eu queria ir embora. E era a minha vontade e ela respeitou. Hoje não vai ser mais minha vontade, será a vontade dela e dos meus filhos. Fiz 32 anos. Quase dez anos de Fluminense. Ou eu vou embora agora, ou eu não vou nunca mais.
Fluminense América-MG Gum — Foto: Agência Estado
– Antes do jogo contra o Nacional não houve um bom senso em questão de tempo de contrato, não de valores. Eu estava disposto em baixar meu salário em mais de 50%. A partir do momento que não houve solução eu mesmo pedi para não conversar mais sobre porque tinha começado a me atrapalhar. E pelo amor e gratidão que tenho ao clube, preferi não conversar. E depois disso consegui melhorar a performance. Eu queria terminar esse ano honrando a camisa do Fluminense, tendo gratidão por esse clube.
Sobre a fuga do rebaixamento, Gum falou sobre o alívio:
– Foi muita pressão em cima desse grupo, esse jogo teve uma carga emocional muito grande. Vários jogadores passaram do limite. A torcida não sabe a carga emocional, o quanto esse grupo sofreu, por isso ficaram chateados com a produção, que caiu. O time estava chateado com a torcida, porque cobraram muito os jogadores. Todo mundo está de parabéns.
Por Edgard Maciel de Sá, Felipe Siqueira, Hector Werlang e Tatiana Zanatta — Rio de Janeiro