Nível do Paraíba sobe em Campos

Foto: Folha1

O Rio Paraíba do Sul chegou a 6,80 metros nesta quinta-feira, subindo quase um metro em 24 horas, conforme medição da Defesa Civil de Campos. Especialistas consideram a cheia normal para o período, que costuma registrar chuvas de alta velocidade e volume. Segundo a Defesa Civil, a medição está bem longe de atingir a cota de transbordo de 10,40m e a tende a baixar. O ambientalista Aristides Soffiati atribuiu o aumento do volume do rio às chuvas que caíram em Minas Gerais e que, apesar do ano chuvoso, não foi suficiente para acabar com a crise de seca. Conforme previsão meteorológica, chuvas fracas são esperadas até este sábado e o tempo tende a firmar na próxima semana.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil, major Edison Pessanha, a menor cota do rio em 2018 foi em setembro, quando foram registrados 4,70m. No entanto, o saldo foi positivo uma vez que foi o ano mais chuvoso considerando os dois anteriores. Em 2016 choveu 778,2 milímetros; em 2017 foram 774,7mm e até agora, em 2018, choveu 951,2 mm.
— Ainda estamos em novembro, logo, tendemos a ultrapassar os 1000 mm de chuva, que se espera anualmente. Sobre a possibilidade de transbordo, o rio está bem longe de oferecer riscos e afetar a população ribeirinha. Amanhã o nível deve baixar porque não está chovendo nas cabeceiras —, disse o major.
O ambientalista Aristides Soffiati acredita que o nível do rio tende aumentar ainda mais entre dezembro e janeiro de 2019, sendo um reflexo da água que cai na Zona da Mata, em Minas Gerais. “A chuva que cai em Campos não interfere o nível do Paraíba, nem mesmo a água que cai em São Paulo, porque grande parte dela é desviada para o Rio Guandu. Percebemos que chove, o rio sobe rápido, mas a água retida vai para o mar porque não temos florestas, então, as secas ficam acentuadas”, explicou.
Seca em evidência – Em setembro, o diretor do Comitê do Baixo Paraíba, João Siqueira, alertou que o período de seca do rio Paraíba do Sul foi o mais longo em 85 anos. Na ocasião, ele também disse que este ano o nível da chuva foi até maior, mas não o suficiente para acabar com a crise.
VIRNA ALENCAR
Por: Folh1

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