PGR pede ao Supremo Tribunal Federal aumento de multa imposta a Maluf
Ex-deputado federal foi condenado a mais de 7 anos de prisão em maio de 2017 por lavagem de dinheiro; também foi aplicada multa de R$ 1,3 milhão. Defesa de Maluf quer parcelar valor.
O ex-deputado Paulo Maluf (PP-SP) durante discurso na Câmara dos Deputados em setembro de 2015 — Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
A informação foi divulgada pela Procuradoria Geral da República nesta segunda-feira (19). A ação penal corre em segredo de Justiça.
Em maio do ano passado, Maluf foi condenado a sete anos e nove meses de prisão por lavagem de dinheiro no período em que o parlamentar foi prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996. A Primeira Turma do STF determinou a perda do mandato do parlamentar e impôs multa de mais de R$ 1,3 milhão.
Maluf teve o mandato cassado pela Mesa Diretora da Câmara em agosto deste ano e cumpre a pena em São Paulo em regime de prisão domiciliar.
A PGR afirma que a multa aplicada no caso é muito branda se comparada ao patrimônio declarado por Maluf no processo. Por isso, defende que o cálculo seja refeito. O parecer foi encaminhado ao relator da ação, ministro Edson Fachin.
Segundo a PGR, os advogados de Maluf pediram o parcelamento em 20 vezes alegando a impossibilidade do pagamento integral, pois os bens e as contas do ex-deputado estariam bloqueados por causa de uma ação na 4ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.
Para a PGR, Paulo Maluf não comprovou a incapacidade financeira e o valor estabelecido inicialmente pelo STF é ineficaz em face do patrimônio de R$ 39 milhões declarados por ele ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de joias e obras de arte que não foram declaradas.
Dodge diz ainda que não há indicativo de que o pagamento integral incidiria sobre recursos indispensáveis à sobrevivência de Maluf ou sua família. “É necessário que se exija seriedade e rigor do sentenciado no cumprimento dessa sanção de caráter penal para a efetivação da resposta ao crime grave pelo qual foi condenado”, escreveu.
G1
Por Rosanne D’Agostino, G1 — Brasília