PGR pede ao Supremo Tribunal Federal aumento de multa imposta a Maluf

O ex-deputado Paulo Maluf (PP-SP) durante discurso na Câmara dos Deputados em setembro de 2015 — Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) o aumento da multa imposta ao ex-deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) como parte da pena a que foi condenado por lavagem de dinheiro. Dodge também pede que o valor não seja parcelado em vinte vezes, como quer a defesa.

A informação foi divulgada pela Procuradoria Geral da República nesta segunda-feira (19). A ação penal corre em segredo de Justiça.

Em maio do ano passado, Maluf foi condenado a sete anos e nove meses de prisão por lavagem de dinheiro no período em que o parlamentar foi prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996. A Primeira Turma do STF determinou a perda do mandato do parlamentar e impôs multa de mais de R$ 1,3 milhão.

A PGR afirma que a multa aplicada no caso é muito branda se comparada ao patrimônio declarado por Maluf no processo. Por isso, defende que o cálculo seja refeito. O parecer foi encaminhado ao relator da ação, ministro Edson Fachin.

Segundo a PGR, os advogados de Maluf pediram o parcelamento em 20 vezes alegando a impossibilidade do pagamento integral, pois os bens e as contas do ex-deputado estariam bloqueados por causa de uma ação na 4ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.

Para a PGR, Paulo Maluf não comprovou a incapacidade financeira e o valor estabelecido inicialmente pelo STF é ineficaz em face do patrimônio de R$ 39 milhões declarados por ele ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de joias e obras de arte que não foram declaradas.

Dodge diz ainda que não há indicativo de que o pagamento integral incidiria sobre recursos indispensáveis à sobrevivência de Maluf ou sua família. “É necessário que se exija seriedade e rigor do sentenciado no cumprimento dessa sanção de caráter penal para a efetivação da resposta ao crime grave pelo qual foi condenado”, escreveu.

G1

Por Rosanne D’Agostino, G1 — Brasília

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