Novembro: um mês que entrou para a história política de Campos e do Estado do Rio de Janeiro

 Garotinho

Sérgio Cabral                                             Anthony Garotinho

 

 

 Paulo Melo                                                Jorge Picciani

O Dia das Bruxas é celebrado em 31 de outubro, no entanto, é o mês seguinte, novembro, que vem assombrando alguns dos figurões da política fluminense. Nos últimos dois anos, caciques como os ex-governadores Sérgio Cabral (MDB), Anthony Garotinho (PRP) e Rosinha Garotinho (Patri), além dos ex-presidentes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) Jorge Picciani (MDB) e Paulo Melo (MDB) foram presos em operações da Polícia Federal. Isso sem contar que o então líder do governo na Alerj, Edson Albertassi (MDB), e os sete deputados alvos da operação Furna da Onça na última semana também foram para trás das grandes no mês da proclamação da República.

Quem inaugurou a “maldição de novembro” para os políticos fluminenses foi Anthony Garotinho. O ex-governador foi preso pela primeira vez no dia 16 de novembro de 2016 dentro das investigações da operação Chequinho, na qual ele foi condenado posteriormente em primeira instância a 9 anos e 11 meses de prisão no “escandaloso esquema” de troca de votos por Cheque Cidadão na última eleição municipal.
Na época, Garotinho chegou ir para a superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e seria transferido para o presídio em Campos, mas alegou problemas de saúde e foi levado para o Hospital Souza Aguiar. Após denúncias de regalias, o juiz Glaucenir Oliveira, então responsável pela 100ª Zona Eleitoral de Campos, determinou que o campista fosse encaminhado para o presídio de Bangu, onde receberia assistência na UPA. Porém, o político da Lapa resistiu à transferência e se debateu na maca, chutando enfermeiros e policiais enquanto era colocado na ambulância. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revogou a prisão alguns dias depois.
No dia seguinte a Garotinho, foi a vez de Sérgio Cabral ir para a prisão, mas por outros motivos, dentro da operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro. A denúncia dizia que Cabral e os outros alvos da ação receberam propina em troca da concessão de obras, como a reforma do Maracanã para a Copa de 2014, o PAC Favelas e a construção do Arco Metropolitano. Segundo o Ministério Público Federal, o ex-governador teria recebido R$ 2,7 milhões de propina em espécie por contrato em obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Foto: Rosinha Garotinho
No entanto, no dia 22 de novembro do ano passado, Garotinho voltou a ser preso, mas, desta vez, dentro da operação Caixa d’Água. Além dele, Rosinha Garotinho também chegou a ir para o presídio. O casal foi acusados de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais e até uso de armas de fogo para intimidação. Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público com base nas delações do ex-executivo da JBS, Ricardo Saud, e de empresários locais, a multinacional dos alimentos firmou contrato fictício com a empresa de serviços de informática Ocean Link para repassar R$ 3 milhões para a campanha de Garotinho ao Governo do Estado em 2014. Além disso, o político da Lapa é apontado como o comandante de um esquema para cobranças de propinas na Prefeitura de Campos durante a gestão de Rosinha. (A.S.)a
Alerj
Alerj / Divulgação

Operação Cadeia Velha completa um ano

Em um estado marcado pela corrupção, a Alerj vem ganhando destaque nas páginas dos jornais pelos sucessivos escândalos envolvendo os deputados estaduais e a cúpula da política fluminense. Na última sexta-feira (16), a operação Cadeia Velha completou um ano. Nela, o então presidente da Casa, Jorge Picciani, o seu antecessor no cargo, Paulo Melo, e o então líder do governo na Casa, Edson Albertassi, foram presos acusados de receber propina para legislarem em favor dos interesses de empresários do transporte.
Um dia depois, o plenário da Assembleia Legislativa votou pela soltura dos três deputados, que chegaram a deixar a prisão. No entanto, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) decidiu pela manutenção da prisão preventiva do trio. Posteriormente, Picciani conseguiu converter a medida em prisão domiciliar para um tratamento de câncer, porém, Albertassi e Melo continuam atrás das grades.
Os procuradores dizem que os pagamentos começaram na década de 90 e continuaram até em 2017. Só da Fetranspor, a federação que reúne empresas de ônibus no Rio, Jorge Picciani teria recebido R$ 77 milhões de 2010 para cá. Melo é suspeito de receber R$ 54 milhões, a maior parte quando foi presidente da Alerj. Albertassi, por sua vez, teria recebido R$ 3,7 milhões em propina.
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Foto: Diário de Petrópolis
Furna da Onça prendeu dez deputados da Alerj

Com base eleitoral em Petrópolis, Marcus Vinícius Neskau (PTB) foi alvo da operação do MPF, PF e Receita Federal

O Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal (PF) e a Receita Federal deflagraram no dia (8) a Operação Furna da Onça para investigar a participação de deputados estaduais do Rio de Janeiro em esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, loteamento de cargos públicos e de mão de obra terceirizada, principalmente no Detran. A ação é um desdobramento da Operação Cadeia Velha. No total, foram cumpridos 22 mandados de prisão (19 temporárias e três preventivas, referentes aos réus da Cadeia Velha) e 47 de busca e apreensão.

Em Petrópolis, o deputado estadual Marcus Vinícius Nesaku (PTB) foi preso em casa, em um condomínio no bairro Retiro. Os agentes também cumpriram mandado de busca e apreensão no escritório do deputado, localizado no Centro. Outros nove deputados tiveram a prisão decretada: André Correa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (MDB), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante), Paulo Melo (MDB), Edson Albertassi (MDB) e Jorge Picciani (MDB). Nos três últimos casos, foram expedidas novas ordens de prisão. Picciani está cumprindo pena domicilar, conforme determinação judicial.

Os parlamentares são suspeitos de lotear cargos em empresas que prestavam serviços para a Alerj e para o Detran durante o segundo governo Sérgio Cabral. Os parlamentares, de acordo com a denúncia, recebiam propinas mensais durante o período entre 2011 e 2014. De acordo com as investigações, a propina resultava do sobrepreço de contratos estaduais e federais.

Neste mesmo dia 18/11, no ano passado, O jornalista Ricardo Boechat fazia este comentário na rádio Band FM:

http://https://www.facebook.com/ricardoboechatoficial/videos/1802537506701710/

Os políticos do estado do Rio, assim como seus demais colegas de outros estados da federação, devem atentar para os novos tempos que se desenham para, a principalmente, justiça desse país.

ALDIR SALES 
Folha1
Diário de Petrópolis
Ranoticias.com

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