Dentro da campanha Outubro Rosa, do Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA), pacientes oncológicas, médicos, enfermeiros tiveram um café da manhã especial nesta terça-feira (23), com confraternização, palestras e agradecimento aos parceiros da ação de prevenção ao câncer de mama. “É da força de cada um que está aqui que a gente se nutre para enfrentar os problemas, entre eles a doença. Esse é um momento de celebração da vida, um momento de fortalecimento para o enfrentamento do câncer”, declarou o coordenador de Oncologia, Frederico Paes Barbosa.
No auditório do hospital, teve exposição de projetos desenvolvidos pelo Amigas Guerreiras, grupo criado pela técnica de radiologia Leila Ribeiro, que atua no setor de mamografias do HEAA, e que há quatro anos desenvolve um trabalho social de apoio às pacientes com câncer de mama. São mais de 100 mulheres beneficiadas pelo grupo.
Confraternização marcou campanha no Álvaro Alvim
— Eu trabalho no setor e achei um jeito de ajudar essas mulheres. Recebia, pessoalmente, as doações em meus dias de trabalho, quintas e sextas-feiras e, hoje, temos até uma sala para guardar o material. Temos o Banco de Lenços, para as pacientes que perdem os cabelos, assim como o Banco de Perucas, em parceria com o projeto Amor em Fios, do Sul do país, através do qual enviamos o cabelo recebido em doação e eles confeccionam perucas. Temos também almofadas pós-cirúrgicas, em forma de coração, para apoio do braço, direcionado a pacientes que precisaram remover a mama e, o Mama do Amor, de próteses externas, para serem usadas sob o sutiã. Recebemos doação de tudo e quem doa recebe um certificado do Amigas Guerreiras — contou Leila.
Além da palestra do oncologista Antônio de Pádua e do momento de reflexão com Alex Caetano, da Comunidade Aliança Eterna, parceira na campanha, a jovem Ana Carolina Fernandes, paciente oncológica que também desenvolve diferentes tipos de apoio a outras pacientes, através da página Fevereiro Rosa, contou sua história de superação. Filha do arquiteto Victor Aquino, a jovem de 29 anos descobriu o câncer de mama há cinco anos, já em metástase no fígado e na coluna.
— Sem histórico da doença na família, com hábitos saudáveis, o diagnóstico foi desesperador. O médico disse a meu pai que, se eu não respondesse ao tratamento, teria seis meses de vida. Mas já foram quase cinco anos e descobri uma missão, a de espalhar o assunto “prevenção”. Vou fazer tratamentos e tomar medicamentos o resto de minha vida e é difícil a adaptação ao novo tratamento, ao novo remédio, mas penso que Deus está lá, nesse próximo estágio. Criei um espaço no Instagram e no Facebook, inicialmente para dar notícias sobre meu estado a pessoas de minha família, para não ter de falar por telefone. Agora, uso esse espaço para alertar sobre a importância da prevenção, da mamografia e especialmente do autoexame, que indico às mulheres fazerem em um mesmo dia, todo mês, porque, com o diagnóstico precoce, as chances de cura chegam a 95%. Hoje tenho mais de quatro mil seguidores, faço trabalhos voluntários, em troca de doações, para divulgar uma doença que, antigamente, nem citavam o nome, mas que hoje precisa ser esclarecida, porque faz, a cada ano, 60 mil novos casos — contou a jovem, emocionada.
Campanha – A campanha Outubro Rosa do HEAA será encerrada dia 29, com um mutirão de mastologia com 10 médicos para atender 200 pacientes. Após o atendimento ambulatorial, havendo necessidade, a paciente já sairá com os exames agendados.