Furacão Michael causa destruição e morte no noroeste da Flórida
Fenômeno foi rebaixado e voltou à categoria 1 na noite de quarta-feira, depois de destruir casas e provocar alagamentos e uma morte. Ventos, que chegaram a 250 km/h, foram reduzidos a 150 km/h.
Haley Nelson verifica os danos causados pelo furacão Michael à casa de sua família em Panama City, na Flórida, na quarta-feira (10) — Foto: Pedro Portal/Miami Herald via AP
Já Loren Beltrán perdeu sua casa. Agora espera que a tempestade passe em Panama Beach, mas uma árvore caída e carregada pelos ventos de 250 km/h quebrou a janela e a água não para de entrar.
“A minha casa em Mexico Beach está debaixo d’água”, afirmou Beltrán, de 38 anos, depois de receber fotos que mostravam as casas com água até o teto. “Perdi todo o material, mas graças a Deus estamos bem”.
O epicentro do furacão de categoria 4 tocou terra no início da tarde em Mexico Beach, um povoado a 32 quilômetros a sudoeste de Panama City onde a tormenta está deixando um cenário de guerra.
À noite, o Centro Nacional de Furacões (NHC) rebaixou o furacão para a categoria 1, depois que os ventos diminuíram rapidamente e caíram para 150 km/h.
Mas à tarde, quando ele ainda estava na categoria 4, a força do vento era tanta que chovia horizontalmente. Uma parede de água e potentes rajadas de vento atingiram a cidade, lançando escombros por todas as partes. Inclusive os edifícios de tijolos ficaram parcialmente destruídos e parecia haver mais árvores caídas do que de pé.
Barcos danificados pela passagem do furacão Michael são vistos na marina de Port St. Joe, na Flórida, na quarta-feira (10) — Foto: Douglas R. Clifford/Tampa Bay Times via AP
Sabendo que a destruição seria maior em Mexico Beach, Loren Beltrán e seu filho de três anos se abrigaram na casa do namorado dela em Panama Beach, cidade vizinha, pois é uma construção projetada para resistir a ventos de 290 km/h.
Mas não contavam que se tratava de uma casa rodeada de árvores e pinheiros.
“Os ventos podiam ser ouvidos, parecia um grande monstro da televisão”, disse esta contadora de origem salvadorenha que conversou com a AFP durante a aterrorizante calma do olho do furacão. “Agora vem a segunda parte”.
Estrutura destruída pela passagem do furacão Michael em Panama City, na Flórida, na quarta-feira (10) — Foto: Brendan Smialowski/AFP
“Primeiro uma árvore caiu e quando ouvimos outro barulho, foi como se o vento a empurrasse para dentro, em um quarto”, contou. “Eu estava dentro daquele quarto uns cinco minutos antes”.
A água entra na casa pelo quarto e pelo telhado, onde incontáveis objetos caíram, segundo Beltrán. Ela e seu parceiro se apressavam para colocar toalhas “e outras coisas” para tentar bloquear o furacão.
“Há muitas árvores em cima da casa agora, estão destruindo a casa”, continuou.
Mas as autoridades advertiram que as ondas podem elevar o nível do mar a até 3,6 metros, e essa possibilidade paira sobre Beltrán e sua família.
Por G1