Apoio nos estados vai ser decisivo em um provável 2° turno
Os palanques estaduais mostram por que o 2º turno mais provável opõe Bolsonaro a Haddad.
Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) — Foto: Iryá Rodrigues/G1 e Fábio Vieira/FOTORUA/Estadão Conteúdo
Havia duas dúvidas no início da campanha: 1) até que ponto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva transferiria votos a seu indicado quando fosse impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa; 2) até que ponto o crescimento de Jair Bolsonaro resistiria a candidatos com mais tempo de televisão e palanques regionais mais sólidos.
Candidatos 34
A resposta já está clara: Lula transferiu; Bolsonaro resistiu. Parte das razões são demonstradas pelo levantamento divulgado hoje. Das cinco candidaturas em tese viáveis, Bolsonaro foi quem reuniu o maior número de apoios explícitos entre os candidatos a governador: 27. Haddad vem logo atrás, com 25. Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e Marina Silva têm, respectivamente, 19, 14 e 14.
Mais que isso, o levantamento mostra detalhadamente como Bolsonaro fez desmoronar a estrutura de alianças armada por Alckmin e como Haddad resgatou os redutos de voto petista assediados por Ciro.
Alckmin montou a maior coalizão partidária, reuniu nove partidos e 44,3% do tempo no horário eleitoral gratuito. Sofreu um revés com o atentado contra Bolsonaro, que rendeu à vítima uma exposição noticiosa inesperada e contínua na TV. Levou outro golpe com a traição de partidos de sua coalizão nos palanques regionais.
Por Helio Gurovitz