Haddad chama Lula de ‘grande conselheiro’ e diz que, se eleito, manterá rotina de visitas ao ex-presidente
Candidato do PT à Presidência participou de sabatina nesta segunda-feira (17). Ele afirmou também que pretende aperfeiçoar a lei para punir com mais rigor delatores mentirosos e corruptores.
Fernando Haddad (PT) participou de sabatina nesta segunda-feira (17) — Foto: Reprodução
Haddad participou de uma sabatina organizada pelo jornal “Folha de S.Paulo”, pelo portal Uol e pelo SBT. Ele foi questionado se, caso vença a eleição, continuará fazendo visitas a Lula.
“Com certeza”, respondeu o candidato. “O presidente Lula é meu interlocutor permanente”, afirmou.
Lula está preso desde abril na superitendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi condenado em segunda instância na operação Lava Jato.
Inicialmente, Lula era o candidato do PT à Presidência, mas teve a candidatura rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base na Lei da Ficha Limpa. Na semana passada, o partido escolheu Haddad para substituí-lo.
Mesmo antes de ser confirmado como o candidato petista, Haddad vinha fazendo visitas regulares a Lula. Ele foi designado como advogado do ex-presidente, para poder ter direito a mais encontros com o ex-presidente.
Na sabatina, Haddad disse, em um eventual governo, Lula terá um papel de destaque no aconselhamento.
“Eu considero ele um grande conselheiro. Uma pessoa que vai ter papel destacado no aconselhamento, vai falar da sua experiência, falar do que ele aprendeu no governo. Isso é natural numa democracia, ele vai se ser ouvido”, disse Haddad.
Punição para delatores mentirosos
Haddad foi questionado se, caso eleito, controlaria a operação Lava Jato. “Não, pelo contrário”, respondeu.
Em seguida, ele disse que quer conversar com o Judiciário e o Ministério Público para buscar melhorias na lei, para punir com mais rigor delatores mentirosos.
“Pretendo aperfeiçoar uma parte da legislação que parece precisar de aperfeiçoamento: o delator mentiroso. O que fazer com o delator mentiroso contumaz. Alguns já estão gozando de liberdade. O que fazer nesses casos? Vamos procurar o Ministério Público e o Judiciário para discutir regras para punição ao delator mentiroso”, afirmou o candidato.
“A legislação é muito frágil para o corruptor. Ele alega que foi obrigado a pagar propina, quando, na verdade, eles organizam os carteis. Nossa legislação é muito frouxa com o corruptor. E geralmente ele é o delator mentiroso. Há uma coincidência. O corrutpor, regral geral, é o que mais mentiu”, argumentou Haddad.
Por:G1