Pela primeira vez na história, o Rei do pagode no Brasil, Zeca Pagodinho, apoia candidato ao Governo do Rio
Às 11h do último sábado (8), em Xerém, a costela já estava no bafo, a linguiça, na brasa e a cerveja, para lá de gelada. No Quintal do Pagodinho, a criançada corria solta, a turma afinava o cavaquinho e o anfitrião Zeca, de bermuda e chinelos, como muito lhe convém, se preparava para receber, pela primeira vez no santuário do samba de Caxias, um candidato em campanha eleitoral.
Eduardo Paes, o felizardo, aspirante ao cargo de governador pelo DEM, ainda pedia votos na Zona Oeste, enquanto os irmãos de samba e de vida de Zeca tomavam os lugares à mesa.
Claudemir, compositor de “Ser humano”; Brasil, de “Eta povo pra lutar”; Gabrielzinho do Irajá; Magarça iam formando a roda. Talento não faltava. Só não tinha… político.
O único por ali era um vizinho. O prefeito Washington Reis (MDB), que, na melhor tradição da Baixada e do subúrbio, chegou com mulher, filho, neta e irmãos. Sem pedir votos.
“Está vendo aquela antena? Eu moro ali”, disse, apontando para uma estrutura metálica bem em frente à casa de Zeca.
O candidato chegou lá pelas 18h. Zeca o anunciou com várias badaladas num sino. A roda entoou “Foi um rio que passou em minha vida”, de Paulinho da Viola, hino portelense, e emendou com um partido alto.
No improviso, alguém disse que o ex-prefeito tem que ficar oito anos no governo, “um passo bem pequeno para seguir na mesma trilha. Vamos eleger Paes para mandar lá em Brasília”.
Foi a deixa para o discurso e o moço começou dizendo que, quando foi prefeito, “o samba era a conexão com a vida real”.
E tentou engatar com as já tradicionais promessas: “Zeca sabe o quanto eu quero fazer pela Baixada Fluminense…”
Mas acabou sendo interrompido pelo anfitrião. “Só quero que você tire, ó”, e fez o clássico gesto de crianças que fazem malabarismos com bolinhas no sinal.
A roda aplaudiu e acabou com o discurso. Alguém deu uma taça de vinho na mão de Eduardo Paes…
E assim acabou o primeiro evento de campanha eleitoral com a marca e o estilo de Zeca Pagodinho.
Por: Berenice Seara
O EXTRA