Lava Jato prende quatro no RJ e BA por fraudes na exportação de pedras preciosas
Quatro dos cinco mandados de prisão foram cumpridos nos dois estados. Empresa movimentou R$ 44 milhões.
A Operação Lava Jato cumpriu quatro dos cinco mandados de prisão na manhã desta terça-feira (4) na Operação Marakata. Duas pessoas foram presas no Rio de Janeiro e outras duas na Bahia. Os agentes não encontraram um dos procurados na capital fluminense. Este é um desdobramento da Operação Câmbio Desligo. O Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal investigam um possível esquema de evasão de divisas, sonegação fiscal envolvendo pedras preciosas de uma empresa que movimentou US$ 44 milhões no banco paralelo do doleiro Dario Messer, que segue foragido.
Os agentes chegaram no começo da manhã ao prédio onde mora uma das investigadas, Daisy Tsezanas, no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ela foi levada pelos agentes por volta das 9h. Além dos mandados de prisão no Rio, a PF cumpriu outros 14 de busca e apreensão, sendo oito no Rio de Janeiro e seis na Bahia.
O advogado de Tsezanas foi à Polícia Federal mas não quis falar com a imprensa antes de se inteirar sobre a investigação.
As investigações desta fase da Lava Jato têm como base as delações de Vinícius Claret, conhecido como Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony, doleiros que foram presos no Uruguai por envolvimento no esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral.
A empresa Comércio de Pedras O S Ledo LTDA exporta pedras preciosas, principalmente esmeraldas, para países como Índia e China. De acordo com o MPF, a companhia compra as pedras na cidade de Campo Formoso, no interior da Bahia. Lá, duas esculturas e 580 kg de esmeraldas foram apreendidas.
Segundo os investigadores, esta fase da Lava Jato não possui relação direta com políticos ou outros agentes públicos. O dinheiro excedente ficava no exterior e seria repatriado quando a empresa responsável pela venda das pedras preciosas precisava dele para pagar fornecedores e garimpeiros, por exemplo.