Lava Jato prende quatro no RJ e BA por fraudes na exportação de pedras preciosas

Quatro dos cinco mandados de prisão foram cumpridos nos dois estados. Empresa movimentou R$ 44 milhões.

A Operação Lava Jato cumpriu quatro dos cinco mandados de prisão na manhã desta terça-feira (4) na Operação Marakata. Duas pessoas foram presas no Rio de Janeiro e outras duas na Bahia. Os agentes não encontraram um dos procurados na capital fluminense. Este é um desdobramento da Operação Câmbio Desligo. O Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal investigam um possível esquema de evasão de divisas, sonegação fiscal envolvendo pedras preciosas de uma empresa que movimentou US$ 44 milhões no banco paralelo do doleiro Dario Messer, que segue foragido.

Agentes da PF estão na casa da Daisy Tsezanas, na Zona Sul do Rio (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Agentes da PF  na casa da Daisy Tsezanas, na Zona Sul do Rio (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Os agentes chegaram no começo da manhã ao prédio onde mora uma das investigadas, Daisy Tsezanas, no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ela foi levada pelos agentes por volta das 9h. Além dos mandados de prisão no Rio, a PF cumpriu outros 14 de busca e apreensão, sendo oito no Rio de Janeiro e seis na Bahia.

O advogado de Tsezanas foi à Polícia Federal mas não quis falar com a imprensa antes de se inteirar sobre a investigação.

Daisy Tsezanas foi levada pela Polícia Federal por volta das 9h desta terça-feira (4) (Foto: Felipe Azevedo/ TV Globo)

Daisy Tsezanas foi levada pela Polícia Federal por volta das 9h desta terça-feira (4) (Foto: Felipe Azevedo/ TV Globo)

Daisy Tsezanas encobre o rosto com a ajuda de um chapéu (Foto: Felipe Azevedo/ TV Globo)

Daisy Tsezanas encobre o rosto com a ajuda de um chapéu (Foto: Felipe Azevedo/ TV Globo)

As investigações desta fase da Lava Jato têm como base as delações de Vinícius Claret, conhecido como Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony, doleiros que foram presos no Uruguai por envolvimento no esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral.

A empresa Comércio de Pedras O S Ledo LTDA exporta pedras preciosas, principalmente esmeraldas, para países como Índia e China. De acordo com o MPF, a companhia compra as pedras na cidade de Campo Formoso, no interior da Bahia. Lá, duas esculturas e 580 kg de esmeraldas foram apreendidas.

Duas esculturas também foram apreendidas e receita suspeita que são de esmeralda (Foto: Divulgação/Receita Federal)

Duas esculturas também foram apreendidas e receita suspeita que são de esmeralda (Foto: Divulgação/Receita Federal)

Quase meia tonelada de esmeraldas foram apreendidas (Foto: Divulgação/Receita Federal)

Quase meia tonelada de esmeraldas foram apreendidas (Foto: Divulgação/Receita Federal)

A Lava Jato suspeita que o preço declarado pelas exportações, pago oficialmente à empresa brasileira pelos compradores estrangeiros, era subfaturado. Os investigadores analisam se o excedente, que completaria o preço real da compra pelas pedras, seria pago “por fora” pelas empresas estrangeiras e transferido para os operadores da rede de offshores de Messer.

Segundo os investigadores, esta fase da Lava Jato não possui relação direta com políticos ou outros agentes públicos. O dinheiro excedente ficava no exterior e seria repatriado quando a empresa responsável pela venda das pedras preciosas precisava dele para pagar fornecedores e garimpeiros, por exemplo.

Por Arthur Guimarães, TV Globo
G1

Deixe uma resposta