Brasil registrou 60 mil estupros em 2017: um crime a cada 10 minutos
Por dia, foram 606 lesões corporais decorrentes de violência doméstica, totalizando 221.238 casos no ano. Feminicídios mais que dobraram.
Pela primeira vez, a entidade mensurou os registros de lesões corporais decorrentes de violências domésticas: ao menos 606 por dia, totalizando 221.238 ocorrências ao longo do ano. De acordo com a publicação, 4.539 mulheres foram assassinadas em 2017 no país (alta de 6,1% em relação a 2016).
Conforme a lei prevê, quando o homicídio ocorrer numa situação de violência doméstica e familiar ou por menosprezo ou discriminação à condição de mulher, ele deve ser registrado como feminicídio, o que pode aumentar a pena do criminoso em até um terço. De acordo com o anuário do FBSP, os casos de feminicídio mais do que dobraram em 2017, saltando de 621 registros em 2016 para 1.113 no ano passado.
De acordo com o FBSP, o número de feminicídios registrados poderia ser ainda maior. A diferença, diz, ocorre em razão do pouco tempo da lei que tipificou esse crime, implementada em 2015, e dificuldades de a polícia reconhecer as situações de vulnerabilidade da mulher.
Foto:BBC.com
Caso Tatiane
Diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o sociólogo Renato Sérgio de Lima lembrou o caso recente registrado em Guarapuava, no interior do Paraná, cuja investigação aponta que o professor Luis Carlos Manvailer foi o responsável por atirar a mulher, a advogada Tatiane Spitzner, da sacada do apartamento do casal, matando-a na hora.
“A violência doméstica precisa ser reconhecida como um problema público. As câmeras estavam lá para monitorar o motoboy que entrega a pizza, mas não para intervir em casos como esse?”, questiona o especialista. A defesa de Manvailer nega o crime.
Homicídios bateram recorde
O Brasil bateu em 2017 o recorde de mortes violentas intencionais, como homicídios e latrocínios, em toda sua história. Foram 63.880 vítimas, o equivalente a 175 por dia, ou 7 por hora. A taxa de óbitos por 100 mil habitantes atingiu a marca de 30,8. Em 2016, o país havia registrado 61,6 mil mortes violentas. Em um ano, o crescimento da taxa foi de 2,9%. (Com informações da Agência Estado)
Por:Metrópoles