Garotinho fala de ameaças e xixi de Cabral, mas segue no párea
Depois de um suspense alimentado desde quinta-feira (2), o ex-governador Anthony Garotinho (PRP) confirmou que será candidato ao Governo do Estado. Em live realizado no Facebook, ao lado da esposa Rosinha, Garotinho citou supostas ameaças que estaria sofrendo por parte do também ex-governador Sérgio Cabral, preso desde novembro de 2016. Lembrou, ainda, o episódio em que Cabral teria dito que faria xixi sobre a sepultura do inimigo político. Porém, afirmou que não vai recuar e estará na convenção do PRP para ser confirmado candidato.
Garotinho afirmou, de novo, que Rosinha e seus filhos temem por sua vida e chegaram a pedir que ele desistisse. Ele relatou, também, que a esposa procurou os interventores da Segurança Pública no Rio, pedindo proteção para Garotinho. Antes disso, pedido semelhante foi protocolado no Palácio Guanabara, mas não foi atendido, até o momento, pelo governador Luiz Fernando Pezão (MDB).
O pré-candidato afirmou que estará com escolta particular, enquanto o Estado não providencia uma para ele.
– Não vou recuar. Não vou me acovardar, agora, com 58 anos. Quero tirar o Rio da situação lamentável que se encontra – afirmou.
Quinta-feira, Garotinho, também em live, chegou a insinuar que sua candidatura estaria em risco. “Amanhã (ontem) falarei com vocês sobre uma situação que se criou e, infelizmente, não sei se terei condições de realizar este sonho (voltar ao Governo do Estado)”.
No mesmo dia, blogs ligados a ele diziam que o PRP, partido ao qual Garotinho se filiou recentemente, estaria próximo a entrar na aliança em torno de Eduardo Paes, candidato do DEM ao Estado. Além da candidatura de Garotinho, se consolidado, este acordo atingiria em cheio a candidatura de Wladimir Garotinho a deputado federal, que também filiou-se a PRP..
O ex-governador disse esperar que as coisas fossem resolvidas durante a sexta-feira. E foram: logo pela manhã, a página do PRP publicou convite para convenção, trazendo a foto de Garotinho e com texto dizendo que sua candidatura seria oficializada.
Ainda assim, ele postou durante o dia mensagens em grupos de WhatsApp, chamando para o live à noite, onde falaria sobre uma decisão importante, que nada mais foi que a confirmação da candidatura, lançada há pelo menos 12 anos.
Em 2010, ainda no PR, Garotinho afirmou que seria candidato ao Governo do Estado, embora, mais uma vez, sua família não queria que fosse candidato pelas “pressões e ameaças que vinha sofrendo”. Ele havia sido considerado inelegível pela Justiça Eleitoral do Rio por propaganda eleitoral fora do prazo e abuso de poder econômico na eleição de 2008. Conseguiu liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas candidatou-se a deputado federal, sendo eleito o mais votado. Em 2014 foi candidato, mas não chegou nem ao segundo turno.
SUZY MONTEIRO
Por:Folha1