Juiz concede liberdade ao ex-ministro Henrique Alves

Ex-ministro de Dilma e Temer havia sido preso na ‘Operação Manus’, que investigou desvio na construção da Arena das Dunas.

O ex-ministro Henrique Alves depõe à Polícia Federal – Aura Mazda / Agência O Globo

Henrique Alves vira réu por lavagem de dinheiro

Alves, ex-ministro nos governos Dilma e Temer, se beneficiou indiretamente de uma decisão de junho, dada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a soltura do deputado cassado Eduardo Cunha por excesso de prazo na prisão. Ele permanece preso, no entanto, por conta de outros mandados. A defesa de Henrique Alves conseguiu uma extensão daquela decisão.

O juiz assinalou, na decisão, que “os fundamentos adotados pelo Exmo. Sr. Ministro Marco Aurélio Mello se aplicam, pelas mesmas razões, ao ora requerente”, referindo-se ao ex-ministro Henrique Eduardo Alves.

Na decisão, o juiz acatou o pedido da defesa e a própria manifestação do Ministério Público Federal no RN de que a solicitação dos defensores de Alves deveria ser concedida seguindo o entendimento do ministro do Supremo de que a prisão preventiva teria excedido o prazo.

Com a decisão desta manhã, não há mais nenhuma ordem de prisão contra Henrique Alves, que ficou detido na Academia de Polícia Militar (Acadepol) antes de obter a prisão domiciliar.

O ex-deputado foi alvo de duas operações da PF no ano passado, a Sepsis, que investiga um esquema de corrupção na Caixa para a liberação de recursos do FI-FGTS, e a Manus, que apura se Henrique Alves teria se beneficiado de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas para a Copa do Mundo de 2014 em Natal.

DEPOIMENTOS

Henrique Eduardo Alves foi o quinto réu a prestar depoimento na Justiça Federal, na segunda-feira (09). Já falaram à justiça o empresário Carlos Frederico Queiroz, o publicitário Arturo Arruda Câmara e o ex-diretor da Odebrecht Ambiental, Fernando Ayres. O ex-presidente da OAS José Adelmário, o “Léo Pinheiro”, exerceu o direito de permanecer em silêncio em seu depoimento.

Após o fim dos depoimentos dos réus, o juiz Francisco Eduardo Guimarães dará um prazo para as defesas e o Ministério Público Federal apresentarem as alegações finais. A próxima etapa será a sentença dos réus envolvidos na “Operação Manus”. A expectativa dos advogados é de que a sentença ocorra em dois meses.

O Globo

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