Os heróis que salvaram os 12 meninos e seu técnico de caverna na Tailândia
Mergulhadores de vários países e membros da Marinha tailandesa participaram de uma verdadeira operação internacional para salvar o grupo.
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Mergulhadores estrangeiros e tailandeses colaboraram nos esforços para resgatar o grupo (Foto: Lillian Suwanrumpha/AFP)
Poucas informações foram divulgadas sobre quem estava envolvido – em grande parte, porque os participantes estavam relutantes em falar sobre isso.
Acredita-se que dezenas de mergulhadores – tailandeses e estrangeiros – contribuíram. Conheça, a seguir, alguns deles.
Forças Especiais da Marinha tailandesa
Vários membros das forças especiais da Marinha tailandesa fizeram parte do resgate. Os mais conhecidos são um médico, identificado como Pak Loharnshoon, e três mergulhadores, que não tiveram seus nomes revelados – os quatro se voluntariaram para ficar junto com os meninos na caverna após eles serem encontrados, há uma semana.
Pak é visto cuidando de ferimentos leves dos meninos em um vídeo divulgado pela Marinha.
A unidade de forças especiais da Marinha era liderada pelo contra-almirante Arpakorn Yuukongkaew. Quando os mergulhadores ainda buscavam o grupo, foi Yuukongkaew que informou a imprensa sobre o progresso que vinha sendo realizado.
Quatro membros da unidade do contra-almirante foram os últimos a deixar a caverna na noite de terça-feira.
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O contra-almirante Arphakorn liderou a unidade de forças especiais da Marinha tailandesa (Foto: BBC)
John Volanthen e Richard Stanton
A voz do britânico John Volanthen foi a primeira a ser ouvida pelos garotos e seu técnico após nove dias presos na caverna.
Ele e o também britânico Richard Stanton foram chamados por autoridades tailandesas, junto com o especialista em cavernas britânico Robert Harper. O trio chegou ao país três dias após o grupo desaparecer.
Volanthen, um consultor de TI, e Stanton, um ex-bombeiro, integram a Equipe de Resgate em Cavernas South e Mid Wales, e já participaram de uma série de operações em países como Noruega, França e México.
Richard Harris
O médico de Adelaide, na Austrália, tem décadas de experiência com mergulho. Ele foi um dos que examinaram os meninos na caverna antes do sinal verde para a operação de resgate.
Se os meninos estivessem fracos demais, a tentativa de resgatá-los teria sido considerada muito perigosa.
De acordo com relatos na imprensa local, Harris participou de mergulhos em cavernas na Austrália, na China e na Nova Zelândia. O anestesista também se especializou em medicina de expedições e operações de resgate.
Em 2011, ele recuperou o corpo de seu amigo, o experiente mergulhador de cavernas Agnes Milowka, que ficou sem ar durante uma expedição extremamente difícil no sul da Austrália.
Acredita-se que seu auxílio no resgate na Tailândia tenha sido um pedido específico dos mergulhadores britânicos.
Saman Gunan
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Saman Kunan, ex-integrante da Marinha tailandesa, morreu enquanto participava de operação de resgate de meninos na caverna Tham Luang (Foto: Reprodução/Facebook/Saman Kunan)
Ele ficou inconsciente ao sair do complexo de cavernas durante uma entrega de tanques de ar em 6 de julho. Seu parceiro de mergulho tentou reanimá-lo sem sucesso.
Sua viúva disse à BBC: “Ele foi considerado um herói. Ele amava ajudar os outros e fazer ações de caridade”.
O contra-almirante Arphakorn disse que ele não deixaria que a morte de Gunan fosse em vão. “Não permitiremos que o sacrifício de nosso amigo seja jogado no lixo.”
Ben Reymenants
O belga tem um loja de mergulho em Phuket. Ele teria feito parte do grupo que encontrou os meninos e seu técnico na segunda-feira.
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O belga Ben Reymenants (esq.) estaria entre os que acharam o grupo desaparecido em caverna tailandesa (Foto: Reprodução/Facebook.com/mikko.paasi.3)
Claus Rasmussen
O dinamarquês vive há anos na Tailândia, trabalhando para diversas escolas de mergulho. Ele é atualmente um instrutor na escola de Reymenants.
Ele já mergulhou por toda a Ásia e trabalhou em diversos outros países no sudeste asiático.
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O dinamarquês Claus Rasmussen é um experiente mergulhador (Foto: Reprodução/Facebook.com/mikko.paasi.3)
Mikko Paasi
O finlandês é fundador de um pequeno centro de mergulho na ilha tailandesa de Koh Tao e um especialista em mergulhos em destroços e cavernas.
Em 2 de julho, o dia em que os meninos e seu técnico foram achados, a mulher de Paasi contou que, em vez de reservar uma mesa em um restaurante romântico para celebrar seu oitavo aniversário de casamento, ela reservou a passagem do marido para a Tailândia para que ele ajudasse no salvamento do grupo.
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Mikko Paasi deixou de celebrar aniversário de casamento e embarcou para a Tailândia para auxiliar nos trabalhos (Foto: Reprodução/Facebook.com/mikko.paasi.3)
“Mesmo que signifique viajar para outro continente, você está sempre disposto a ajudar quem precisa”, escreveu ela. “Ainda que esteja com medo, admiro sua coragem de se unir a uma operação tão difícil e sempre seguir seu coração.”
Ivan Karadzic
O dinamarquês se mudou para Koh Tao alguns anos depois de Paasi. Hoje, os dois cuidam juntos de um centro de mergulho.
Ele contou à BBC seu temor ao avistar o primeiro menino e, quando um mergulhador se aproximou do garoto, não saber se a criança estava viva ou morta. Também falou do alívio ao ver que o garoto estava bem.
Após a morte de Gunan nos estágios finais da operação, Karadzic escreveu no Facebook: “Descanse em paz. Você é um herói, e nunca nos esqueceremos do seu sacrifício”.
O canadense é um instrutor de mergulhos técnicos de Vancouver. Ele começou a mergulhar há uma década e foi um dos fundadores da escola Team Blue Immersion, no Egito.
Na noite de terça-feira, ele escreveu no Facebook que havia feito sete mergulhos em nove dias, acumulando assim 63 horas dentro das cavernas Tham Luang.
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Erik Brown (esq.) realizou sete mergulhos em nove dias na Tailândia (Foto: Reprodução/Facebook.com/mikko.paasi.3)
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Infográfico mostra como foi o resgate dos meninos presos na caverna na tailândia (Foto: Infografia: Karina Almeida, Juliane Monteiro, Betta Jaworski, Alexandre Mauro/G1)
Por BBC