‘Se não estivesse em prisão domiciliar, teria morrido’ diz Jorge Picciani em audiência no Rio
Presidente afastado da Alerj presta primeiro depoimento na Cadeia Velha desde que foi preso. Ele chegou ao TRF-2 em viatura da Polícia Federal ao lado dos outros dois deputados estaduais detidos do MDB: Paulo Melo e Edson Albertassi.
presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (MDB), presta depoimento pela primeira vez nesta segunda-feira (9) como réu da Operação Cadeia Velha, na qual foi perso. Picciani, no início de seu interrogatório, negou todas as acusações.
Questionado pelo desembargador federal Abel Gomes, relator do processo, se tinha conhecimento da denúncia, Picciani respondeu. “São todas infundadas. Não são verdadeiras e não tem fundamento”.
Picciani também discorreu sobre o período em que presidiu a Casa até ser preso.
“Em 2003, assumi a presidência da Alerj. Sempre me elegi com, no mínimo, 65 votos, chegando (a ter) até a totalidade dos votos. Uma confiança quase total dos partidos políticos, ideologias, (deputados) da base e da oposição. Implementei a transparência no poder legislativo”.
Picciani fez uma alusão à viagem de seu correligionário Sérgio Cabral, um dos acusados no processo. Disse que tem uma vida simples e colocou parte das denúncias na conta da oposição.
“As pessoas nos partidos, na política, são assim mesmo. Eu não estava em festa, eu não estava em Paris (na Farra dos Guardanapos), eu não estava nas Olimpíadas. Nem em inauguração pouco me viram”, disse ele que também celebrou a decisão que o colocou em casa.
“Se eu não estivesse em prisão domiciliar, eu teria morrido. Nas condições em que estava, perderia os rins e uma infecção poderia me matar”.
A audiência começou por volta de 13h05. Quinze minutos antes, Picciani e os outros dois deputados estaduais do MDB presos no mesmo processo, Paulo Melo e Edson Albertassi, desembarcaram em uma viatura da Polícia Federal. Eles também serão interrogados.
Acusações
Os três deputados são acusados de favorecer os empresários de ônibus nas votações da Assembleia Legislativa (Alerj).O caso ficou conhecido como “caixinha da Fetranspor” e, segundo o MPF, é um dos mais antigos esquemas de corruoção do Estado.
Albertassi e Paulo Melo seguem presos em Benfica. Já Picciani cumpre prisão domiciliar, após decisão do Supremo Tribunal Federal, que levou em conta seu quadro de saúde.
Por Gabriel Barreira, G1 Rio