Kim e Trump assinam acordo após encontro em Cingapura
Documento, cuja íntegra não foi divulgada, prevê a desnuclearização completa da Península Coreana.
POR O GLOBO/AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
CINGAPURA – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, tiveram um encontro histórico em Cingapura às 9h04m desta terça-feira (22h04m de segunda, no horário de Brasília). Após almoçarem juntos, Trump e Kim assinaram um documento em que prometeram trabalhar para a desnuclearização completa da Península Coreana, enquanto Washington se comprometeu a fornecer garantias de segurança para seu antigo inimigo.
“O presidente Trump se comprometeu a fornecer garantias de segurança à Coreia do Norte e o presidente Kim Jong-un reafirmou seu firme e inabalável compromisso com a completa desnuclearização da Península Coreana”, disse um comunicado conjunto emitido após a histórica cúpula em Cingapura.
Trump disse esperar que o processo de desnuclearização comece “muito, muito rapidamente”. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e autoridades norte-coreanas realizariam as negociações de acompanhamento “o mais cedo possível”, disse o comunicado.
No entanto, não deu detalhes sobre como a desnuclearização seria alcançada. O documento também não menciona as sanções internacionais que prejudicaram a economia da Coreia do Norte, por perseguir seu programa de armas nucleares.
Também não houve qualquer referência a finalmente assinar um tratado de paz. Os combatentes da Guerra da Coreia de 1950-53 ainda estão tecnicamente em guerra, já que o conflito, no qual milhões de pessoas morreram, foi concluído apenas com uma trégua. Mas a declaração conjunta disse que os dois lados concordaram em recuperar os restos de prisioneiros de guerra e os desaparecidos em ação e repatriá-los.
Antes de assinar o que Trump descreveu como um documento “abrangente”, Kim disse que os dois líderes tiveram uma reunião histórica e que decidiu deixar o passado para trás.
— O mundo vai ver uma grande mudança — afirmou.
Trump disse que havia formado um “vínculo muito especial” com Kim e que o relacionamento com a Coreia do Norte seria muito diferente.
— As pessoas ficarão muito impressionadas e ficarão muito felizes. Vamos cuidar de um problema muito perigoso para o mundo — disse Trump.
Perguntado se convidaria Kim para uma visita à Casa Branca, Trump respondeu positivamente.
— Com certeza, convidaria.
Trump chamou Kim de “muito inteligente” e um “negociador muito valioso e muito duro”.
— Aprendi que ele é um homem muito talentoso. Eu também aprendi que ele ama muito o seu país — disse.
Durante um passeio pós-almoço pelos jardins do hotel de Cingapura, onde o encontro foi realizado, Trump disse que a reunião foi “melhor do que qualquer um poderia esperar”.