Após dez dias, paralisação dos caminhoneiros chega ao fim em Campos

Por: DORA PAULA PAES 
Paulo Pinheiro

A paralisação dos caminhoneiros chegou ao fim na tarde desta quarta-feira (30) em Campos. Os três pontos da BR 101, quilômetros 71, 75 e 120, que ficaram obstruídos, foram liberados. Os últimos 60 caminheiros voltaram para a estrada para cumprir o destino de suas cargas. Foram mais de 500 veículos presentes no movimento no município durante os dez dias de paralisação em todo o país. Segundo informações da Autopista Fluminense, concessionária que administra a rodovia, todos os pontos de concentração foram desfeitos. Também nesta quarta, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que 96 empresas transportadoras paguem, em até 15 dias, multas que somam R$ 141,4 milhões pelo descumprimento de decisão, da última sexta-feira, que determinou a liberação das rodovias bloqueadas. Até às 18h, haviam bloqueios em seis Estados, com 197 pontos de aglomeração. As estradas do Sudeste foram liberadas.

Apesar do fim da greve, os caminhoneiros deixam um alerta quanto à trégua a partir da proposta de congelamento do diesel por 60 dias, feita pelo presidente Michel Temer: se o governo tomar medida de retrocesso quanto ao que foi acertado, eles garantem que estão prontos para uma nova ação. Porém, desta vez, pretendem avisar à população de forma antecipada para que se prepare.
Segundo o caminhoneiro Márcio Machado, as lideranças do movimento em negociação no Planalto já abandonaram a causa. “Ficamos esperando um apoio maior da população, que não aconteceu. Sabemos que a população está sofrendo com desabastecimento e não queremos ser transformados em vilões dessa história”, disse ele, ressaltando que o movimento em Campos não registrou violência, além do incidente com o caminhão da Coca Cola.

 

Sem gás — O desabastecimento de gás de cozinha, provocado pela paralisação dos caminhoneiros, ainda era o maior problema em Campos nesta quarta. Ante a cobrança de preços abusivos, consumidores têm aguardado e enfrentado filas quando sabem que o gás está sendo vendido com valor normal em algum estabelecimento. O Sindigás informa que as revendas de GLP estão, na maioria, desabastecidas. Entretanto, os ministérios da Defesa, de Minas e Energia e a ANP têm dado ao GLP o tratamento de produto essencial, agindo para que as cargas de botijões — tanto vazios, para serem abastecidos, ou cheios, para repor os estoques das revendas — sejam liberadas e cheguem ao seu destino. No setor de combustível, as filas nos postos devem terminar somente nesta sexta-feira.

Por.Folha1

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