Ministro da Casa Civil diz que governo vai ‘separar infiltrados’ em greve de caminhoneiros
Eliseu Padilha afirma que eles têm interesses políticos
BRASÍLIA — O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta segunda-feira que há “infiltrados” na paralisação dos caminhoneiros com interesses políticos que atrapalham a retomada das atividades:
— Temos informações que alguns ali não são caminhoneiros e se infiltraram no movimento com objetivo político. Nós estamos cuidando desse assunto para que a infiltração não afete a retomada imediata da atividade — disse Padilha.
O ministro da Casa Civil afirmou que o governo quer “separar” esses grupos para liberar as estradas.
— A Polícia Rodoviária Federal (PRF) conhece as estradas, conhece quem é líder e sabe das infiltrações políticas. Ela está mapeando. Com muita cautela vai separar quem é caminhoneiro e quem é infiltrado — afirmou.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, afirmou que o abastecimento está sendo “normalizado” em alguns estados, mas esse processo leva tempo e as informações sobre as medidas tomadas pelo governo precisam chegar às ruas.
557 PONTOS DE BLOQUEIO
De acordo com Padilha, no início da manhã desta segunda-feira ainda havia 557 pontos de bloqueios nas estradas federais. Segundo ele, outros 728 pontos foram desobstruídos.
— Estamos esperando que esse movimento de retomada da atividade acelere para que a gente possa caminhar para normalizar o abastecimento — disse Padilha.
O ministro afirmou que as negociações com o caminhoneiro se encerraram, após o anúncio pelo presidente Michel Temer de uma série de medidas para atender a categoria, na noite desse domingo.
—No nosso entendimento, a negociação que o governo tinha que fazer, encerrou-se. Porque os presidentes das confederações pediram a suspensão do movimento. Sob o ponto de vista da negociação formal, foi negociado a extinção do movimento — disse.
PARENTE GARANTIDO NO CARGO
Padilha ainda garantiu que o governo não analisa a demissão do presidente da Petrobras, Pedro Parente. O ministro classificou o executivo como gestor “eficaz e eficiente” e disse que a troca na presidência da estatal não está em pauta.
Além da greve dos caminhoneiros, petroleiros da estatal anunciaram uma paralisação de 72 horas neste semana. Segundo Padilha, a Petrobras trabalha para que não haja paralisação da categoria e o governo considera outros mecanismos, como medidas judiciais, para barrar a greve.
— A Petrobras está cuidando de ver se consegue diálogo e negociação responsável para que não aconteça essa greve. É um processo de negociação. Acreditamos que vamos conseguir superar — disse o ministro.