99 quer crescer nas periferias após ser comprada por chineses
Empresa vai instalar no próximo mês oito centrais de atendimento para cadastrar e treinar motoristas em áreas afastadas de capitais em que a companhia atua
Cinco meses depois de ser comprada pela chinesa Didi Chuxing, a 99 quer ampliar seu serviço de corridas por aplicativo mirando bairros periféricos e de baixa renda.
Para isso, a empresa vai instalar no próximo mês oito centrais de atendimento para cadastrar e treinar motoristas em áreas afastadas de capitais em que a companhia atua.
Serão dois centros em São Paulo, três em Belo Horizonte, dois em Curitiba e um no Recife. A meta é que, em algumas semanas, essas unidades recrutem 30 mil motoristas.
Em São Paulo, uma das unidades ficará na zona leste e a outra funcionará de modo itinerante. A companhia ainda não informa o endereço exato onde a primeira será instalada.
Matheus Moraes, 31, que assumiu a presidência da empresa em março, diz que a quantidade de motoristas que atuam nas regiões onde será feito o cadastramento de motoristas ainda não é suficiente para garantir bom atendimentos e, por isso, existe aí oportunidade de crescimento.
Segundo ele, o serviço avançou 250% entre março de 2017 e o mesmo mês deste ano.
A empresa atua com táxis e carros particulares em 500 cidades, com cerca de 300 mil motoristas cadastrados.
Sobre a atuação da empresa em áreas mais violentas, em que nem sempre motoristas estão dispostos a entrar, ele diz acreditar que, por oferecer um serviço benéfico a essas regiões e com profissionais que moram no local, a empresa será bem recebida.
Segundo ele, atualmente 64% das viagens nas 13 maiores cidades do serviço já começam ou terminam nas áreas de menor renda desses locais. Na capital paulista, o percentual é de 53%.
Moraes diz que, após a empresa ser comprada pela gigante chinesa e passar a atuar como uma empresa só, tem recursos suficientes para impulsionar uma expansão acelerada. Ele não revela quanto será injetado para isso neste ano.
Outros ganhos da empresa após a operação, segundo ele, são a integração da tecnologia da brasileira com a chinesa (com maior capacidade para sustentar um aumento acelerado no número de corridas) e a obtenção de conhecimento sobre estratégias para expandir a quantidade de passageiros e motoristas de modo equilibrado.
A startup brasileira foi adquirida em transação que não teve valor revelado, mas que avaliou a companhia em US$ 1 bilhão (R$ 3,65 bilhões). Com informações da Folhapress.