Caminhoneiros de vários estados brasileiros protestam, nesta segunda-feira (21), contra o aumento do diesel. Nesta manhã, o governo anunciou mais uma alta do valor nas refinarias, de 0,97%, a partir desta terça (22). Na semana passada, foram cinco reajustes diários seguidos. A escalada nos preços acontece em meio à disparada nos valores internacionais do petróleo. Em Campos, cerca de 250 caminhoneiros aderiram à paralisação, que acontece em todo o Brasil, após convocação da Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam). O movimento, iniciado às 17h desse domingo (20), está concentrado no km 75 da BR 101 (Campos-Rio), com os caminhões estacionados no acostamento ou parados em postos de combustíveis próximos.
De acordo com os caminhoneiros, a população apoia o movimento. “Roubam a Petrobras, e nós é que pagamos a conta? Estamos na luta para reduzir o valor do óleo, mas a briga é pelo Brasil todo, porque, da comida ao sapato, tudo que chega à casa da população é levado pelos caminhoneiros. Já recebemos aplausos de motoristas de carros de passeio, doação de água e quentinhas e não vamos parar até o governo apresentar uma proposta que melhore nossa situação”, falou Márcio Machado, que, há mais de 20 anos, faz frete de tijolos, abacaxi, telhas e outros produtos pela BR 101, entre Rio e São Paulo.
Os trabalhadores também pedem isenção dos tributos para que os preços dos fretes sejam reduzidos. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanha o ato desde o início e informou que, por enquanto, não houve nenhum registro de violência. Não há previsão para que a situação seja normalizada no trecho ocupado da pista.
A Petrobras diz que as revisões podem ou não refletir para o consumidor final — isso depende dos postos. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas já acumula alta de 8% no ano. O valor está acima da inflação acumulada no ano, de 0,92%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (J.L.) (V.N.) (A.N.)