Temer se reúne com advogado para tratar de depoimento da filha à PF
© Alan Santos-PR
O encontro entre ambos ocorreu momentos depois de o presidente ter sido hostilizado, no local onde um prédio pegou fogo e desabou, na madrugada de ontem, deixando 44 desaparecidos, até o último boletim divulgado pelo Corpo de Bombeiros.
Questionado pelo blog se o presidente havia comentado algo sobre o episódio, Fernando Henrique disse que não. “Temer é muito discreto. Falamos de assuntos gerais”, pontuou.
Sobre a ida de Maristela à PF, Temer já deixou clara a sua irritação, durante pronunciamento à imprensa, na sexta-feira (27), quando chegou a acusar os investigadores de vazamentos.
Ela deve falar sobre uma reforma feita em 2014, em sua residência, pela arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel Lima. As obras estão na mira das investigações, sob suspeita de terem sido pagas com dinheiro de propina.
O fato veio à tona durante a Operação Skala, deflagrada no dia 29 de março, que prendeu amigos de Temer, entre eles o próprio coronel Lima, além do advogado José Yunes e do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (MDB).
As detenções foram autorizadas pelo ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que investiga Temer por suposto recebimento de propina em troca de benefícios a empresas do setor portuário via decreto.
O imóvel em questão está localizado no bairro Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, e conta com 350 metros quadrados. Apontada por um dos fornecedores da obra como sendo a responsável por pagar a ele R$ 100 mil em espécie, Maria Rita foi intimada pelo ministro Barroso, durante a operação.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, Piero Cosulich, dono da Ibiza Acabamentos, uma das empresas que entregaram material na residência de Maristela, Maria Rita era quem levava, pessoalmente, o dinheiro na loja.
“Foi Maria Rita Fratezi quem fez os pagamentos, em espécie, em parcelas. Os pagamentos foram feitos dentro da loja. Ela vinha fazer o pagamento. Se estava dentro de um envelope, dentro de uma bolsa, não sei te confirmar”, afirmou Cosulich.
A arquiteta é dona, junto com o marido, da PDA Projeção e Direção Arquitetônico, empresa que teria feito a reforma, avaliada em cerca de R$ 1 milhão pela PF.
O Planalto teme que outros familiares do presidente sejam chamados a depor no âmbito das investigações da operação, inclusive a primeira-dama, Marcela Temer. O ex-assessor e amigo de Temer José Yunes confirmou à PF ter vendido uma casa para Marcela em 2010, também no Alto de Pinheiros. O Planalto já divulgou cópia do Imposto de Renda da primeira-dama, afirmando que tudo está declarado.
Por: POLÍTICAAOMINUTO