“Bomba” investigada e arquivada

Por: SUZY MONTEIRO 
No dia 28 de abril de 2016, Rosinha, ainda prefeita, esteve na posse de Carla Dolinski como chefe da PF em Campos
No dia 28 de abril de 2016, Rosinha, ainda prefeita, esteve na posse de Carla Dolinski como chefe da PF em Campos / Campos 24 Horas

Apontado pelo grupo do ex-governador Anthony Garotinho (PRP), como uma “bomba” que mudaria os rumos da operação Chequinho, o depoimento da ex-delegada titular da Polícia Federal em Campos, Carla Dolinski, já foi arquivado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado do Rio desde 15 de janeiro deste ano. O depoimento, prestado em novembro de 2016, consta de um Processo Investigatório formulado pela ex-prefeita Rosinha Garotinho (Patri) contra o delegado federal Paulo Cassiano Jr, o também delegado federal Marco Aurélio Pereira Reis Júnior, o promotor de Justiça Leandro Manhães e o juiz Glaucenir de Oliveira. Mesmo com a delegada Carla Dolinski respondendo por peculato, falsidade de documento público, ação de improbidade, desobediência e processo administrativo, as denúncias feitas por ela foram investigadas. O arquivamento determinado pelo desembargador Carlos Santos de Oliveira ocorreu por “ausência de justa causa para a persecução penal”.

O depoimento, prestado na sede da Polícia Federal, em Campos, ao também delegado federal Gabriel Duarte — hoje titular da delegacia — foi gravado a pedido da própria e possui nove páginas. Nele, a delegada aponta o que seriam as irregularidades cometidas nas investigações. Afirma que Cassiano teria se mostrado interessado em presidir o inquérito. A distribuição do inquérito é de competência do delegado titular que, à época, era a própria Carla Dolinski.
Também afirmou que aconteceram prisões irregulares e que uma representação elaborada pelo promotor Leandro Manhães foi assinada pelo delegado Paulo Cassiano, entre outros pontos. A delegada afirma que houve abuso de autoridade por parte dos delegados, juízes e promotor que investigavam o caso Chequinho.
O depoimento de Carla ocorreu mais de dois meses depois do início da Chequinho, da qual ela participou e chegou a dar várias entrevistas. O depoimento foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Federal, que entendeu tratar-se de assunto da esfera do Tribunal Regional Eleitoral. O TRE, por sua vez, declinou competência e encaminhou ao Tribunal de Justiça por tratar-se de suposta prática de crime na Justiça comum e por haver referência a dois juízes. Todos os citados no Processo Investigatório foram ouvidos no decorrer do processo.

Matéria repercutida através de rede social

O depoimento da delegada Carla estava sendo divulgado nas redes sociais, desde a última sexta-feira (27), pelos militantes dos Garotinho. A primeira a citar, porém, foi a própria ex-prefeita, em sua página no Facebook, afirmando que uma “bomba” estava para cair sobre Campos. Na noite de domingo (29), ela chegou a fazer um live junto com o marido citando o assunto.
A “bomba” foi matéria do SBT Rio, no início da tarde dessa segunda-feira (30). Na reportagem, o repórter chega a afirmar que o juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski teria anulado toda a operação Chequinho.
Na verdade, Lewandowski — pelo menos até o momento — concedeu liminar em Habeas corpus (HC) e suspendeu o julgamento pelo TRE da Ação Penal em que Garotinho já foi condenado em primeira instância a nove anos de prisão. A suspensão, decidida em 16 de abril, vale até a análise do HC pelo STF.
Por:Folha 1

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