O presidente sul-coreano disse a Kim que estava “feliz por conhecê-lo” e mais tarde afirmou que a presença de Kim fazia de Panmunjon um símbolo de paz, e não mais de divisão.
Eles foram então escoltados por uma guarnição de honra até a Peace House, edifício que abriga a cúpula e que está localizado na margem sul da fronteira intercoreana. Foi neste local que o cessar-fogo de 1953 entre os dois países foi assinado.
Ali, Kim assinou um livro de visitas, onde deixou a seguinte mensagem: “Uma nova história começa agora – no ponto inicial da história e na era da paz”.
A agência norte-coreana KCNA afirmou que Kim pretende “discutir de coração aberto com Moon Jae-in todas as questões com objetivo de melhorar relações intercoreanas e alcançar paz, prosperidade e reunificação da península coreana”.
O líder norte-coreano disse ainda ao presidente sul-coreano que está disposto a visitá-lo em Seul “a qualquer momento que for convidado”, informou a presidência sul-coreana.
Moon e Kim também plantaram um pinheiro na Zona Desmilitarizada que separa os dois países. A árvore escolhida nasceu em 1953, ano em que foi assinado o cessar-fogo entre as duas Coreias.
O ato foi repleto de simbolismos. O local escolhido para o plantio é próximo de onde Chung Ju-yung, o falecido fundador do grupo Hyundai, costumava carregar seus caminhões com vacas que levava para Coreia do Norte no final da década de 1990, em um esforço de reconciliação entre os países.
Solo e água usados foram compartilhados, trazidos tanto por Kim quanto por Moon. O solo foi coletado do Monte Baekdu, na Coreia do Norte, e do Monte Halla, na Coreia do Sul. E, logo após plantado, o pinheiro foi regado com água vinda dos rios Daedong, no Norte, e Han, no Sul.
A árvore recebeu ainda uma pedra em sua base, com os nomes dos dois líderes escritos, ao lado da frase “plante paz e prosperidade”.
Em 2007, quando o então presidente sul-coreano Roh Moo-hyun foi recebido pelo pai de Kim Jong-un, Kim Jong-il, para um encontro em Pyongyang, os dois também plantaram uma árvore na capital norte-coreana.
Sul-coreanos segurando bandeiras da unificação coreana assistem noticiário sobre a cúpula entre as duas Coreias e comemoram, perto da Zona Desmilitarizada, em Paju, na sexta-feira (27) (Foto: Reuters/Kim Hong-ji)
A Casa Branca divulgou um comunicado logo após os dois líderes se encontrarem, no qual deseja “paz e prosperidade” aos coreanos. “Por ocasião do histórico encontro do presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, desejamos o melhor ao povo coreano. Temos esperança de que os diálogos irão atingir progressos em direção um futuro de paz e prosperidade para toda a Península Coreana”, diz a mensagem, assinada pela secretária de imprensa Sarah Sanders.
Até há pouco seria inimaginável que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, se sentariam à mesma mesa para tentar estabelecer a paz na península e o fim do programa nuclear promovido pelo governo de Pyongyang.
Depois da chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, a Coreia do Norte iniciou uma série de testes de mísseis balísticos e nucleares que provocaram reações enérgicas de Washington e de Seul, novas e firmes sanções internacionais, além de provocar o temor de uma guerra na região.
Tudo mudou em janeiro, quando Kim mostrou abertura para dialogar com a Coreia do Sul durante seu discurso de Ano Novo. O ditador norte-coreano anunciou que estava disposto a enviar uma delegação aos Jogos Olímpicos de Inverno, que seriam realizados em fevereiro em PyeongChang, no país vizinho.
Mas uma figura essencial neste processo é o presidente sul-coreano, que chegou ao poder em maio de 2016, disposto a conversar com a Coreia do Norte, revertendo a postura adotada por sua antecessora, Park Geun-hye, que foi presa por corrupção.
O presidente da Coreia do Sul Moon Jae-in cumprimenta a irmã do líder norte-coreano, Kim Yo Jong, neste domingo (11) no Teatro Nacional de Seul (Foto: Bee Jae-man/Yonhap via AP)
G1