França diz que Doria é mimado e que parecia possuído em entrevista
Ambos devem ser concorrentes na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, em outubro
Um dia depois de ser chamado por João Doria (PSDB) de “Márcio Cuba” e revidar críticas com um pedido de investigação do tucano, o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), disse que o ex-prefeito da capital paulista parecia possuído e desequilibrado ao fazer os ataques.
Doria afirmou, em entrevista à rádio Jovem Pan nesta quinta-feira (12), que o socialista usa a estrutura pública para “fazer política partidária o dia inteiro” e que alicia prefeitos e deputados, com promessas de verbas e cargos, em busca de apoio para sua campanha à reeleição.
Nesta sexta (13), França falou à mesma rádio: “É lamentável que o ex-prefeito, que abandonou sua função, venha em público falar isso como falou ontem. Desequilibrado, parece possuído, uma coisa esquisita”.
Os dois devem ser concorrentes na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, em outubro. O ex-vice-governador assumiu o cargo com a saída de Geraldo Alckmin (PSDB) para tentar a Presidência.
“Eu tenho que continuar trabalhando, eu sou governador de São Paulo. Vou fazer de tudo para ser correto com o povo que me elegeu”, disse o chefe do Executivo.
França exibiu, em sua participação, uma gravação de um evento no qual Doria fazia elogios e afirmava que o agora adversário é “uma liderança extraordinária”. No áudio, ele comentava a participação do socialista na articulação de sua campanha para a prefeitura, em 2016.
França, que diz “não ter nada contra a pessoa” do tucano, menciona sua atuação na eleição de Doria como prova de que não faz parte da extrema esquerda -versão que tem sido propagada pelo concorrente.O discurso do governador é o de que o ex-prefeito não tem palavra, já que abandonou o cargo com 15 meses de mandato e tentou viabilizar uma candidatura presidencial, criando obstáculos para Alckmin, seu padrinho político.
“Eu faço uma analogia: você encomenda uma pizza de oito pedaços e vem com dois pedaços, e ele [Doria] não quer nem que você reclame. É impossível acontecer isso. Ele tem que entender que não pode ser mimado desse jeito. As pessoas têm o direito de reclamar”, afirmou França à rádio.
Segundo a assessoria dele, o governador acionou seus advogados, que nesta quinta pediram abertura de inquérito no 34º DP (Distrito Policial), no Morumbi. A solicitação é para que se investigue se o tucano cometeu crime contra a honra do socialista com as declarações na entrevista.
França também prometeu ir ao Ministério Público do Estado de São Paulo para pedir uma apuração pelo mesmo motivo.
Procurado pela reportagem, Doria afirmou via assessoria que não comentaria as novas afirmações do oponente. Com informações da Folhapress.