Atingidos pela barragem de Fundão fecham estrada em protesto que cobra reassentamento
Foto:Pragmatismo Político
Atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, que pertence à mineradora Samarco em Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, protestaram na manhã desta quinta-feira (5) na MG-129, que dá acesso outras cidades mineradoras.
Com cartazes, eles pediram agilidade no reassentamento das famílias que perderam as casas e ainda moram em imóveis alugados pela mineradora. Não há data para a entrega das moradias em nova área.
Cerca de 25 pessoas se reuniram na MG-129 por volta das 5h e fecharam o trânsito por cerca de 40 minutos, segundo a Polícia Militar (PM). A interdição ocorreu entre 6h20 e 7h.
Conforme o policiamento, os manifestantes disseram que a intenção era impedir a passagem somente de veículos ligados a empresas de mineração, mas o tráfego de ônibus, escolares e carros comuns acabou sendo afetado. Após negociação para garantir a mobilidade, o grupo liberou o trecho.
foto: UOLnotícias
Nesta quinta-feira (5), o rompimento da barragem completa dois anos e cinco meses. O desastre deixou 19 mortos. Os atingidos pela tragédia, considerada o maior ambiental no Brasil, fizeram uma carta com exigências que será entregue à Fundação Renova, criada para reparar os danos do rompimento da barragem de Fundão.
A cabeleireira Paula Alves, 38 anos, foi uma das participantes. Antes da tragédia, trabalhava como auxiliar de serviços gerais para uma prestadora de servido da Samarco. “Deixei Bento por causa da tragédia. Hoje moro em Mariana em casa alugada pela Samarco”, contou, cobrando agilidade no processo de reassentamento.
Dentre os itens da carta de reivindicação, os manifestantes pedem que a Renova informe prazos e que as empresas divulguem uma nota “assumindo que são culpadas pelo mal causado aos atingidos durante esses quase dois anos e meio”.
De acordo com a fundação, representantes dos atingidos serão recebidos às 15h em Mariana. Em nota, informou que entende como legítima a manifestação das comunidades atingidas e reafirmou que o diálogo e a participação social como práticas norteadoras de suas ações.
Ainda segundo a Renova, desde dezembro de 2017, são realizadas reuniões para traçar as diretrizes do reassentamento com os atingidos, sendo que a maior parte delas já está homologada em juízo.
“A Fundação reconhece o impacto na vida das pessoas que estão deslocadas de suas comunidades e reafirma o seu entendimento de que somente com a participação ativa da comunidade será possível concluir os processos de reparação”, disse.
Reconstrução de Bento Rodrigues
Em 28 de janeiro de 2017, um desenho do novo distrito havia sido aprovado, contudo, mais de um ano depois, a Fundação Renova apresentou adequações, que foram avaliadas pela comunidade em fevereiro de 2018. O projeto contém a definição do tamanho e limites do novo Bento Rodrigues, além da distribuição das ruas e quadras.
A previsão de entrega das moradias era o primeiro semestre de 2019, mas a Renova já informou que o cronograma será alterado. Um nova data ainda não foi divulgada.
por:G1