Coronel Lima deixa hospital em São Paulo
Ele foi preso pela Polícia Federal nesta manhã e deveria ser levado ao IML antes de seguir para a PF, segundo informou sua defesa.
Foto: G1
O coronel João Batista Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer, deixou no fim da tarde desta quinta-feira (29) o Hospital Albert Einstein, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo, após receber alta.
Ele foi preso nesta manhã por agentes da Polícia Federal, em seu apartamento, também no Morumbi, como parte da operação Skala.
O coronel passou mal durante as buscas na casa dele e precisou ser amparado por uma equipe do Samu e levado para o hospital. Lima sofre de problemas de saúde.
Como Lima não chegou a passar pelo Instituto Médico Legal (IML) logo que foi preso, ele seguiu para o instituto depois que deixou o hospital. Em seguida, foi levado para a Polícia Federal, onde passará a noite. O coronel só deverá deixar a PF para voltar ao hospital caso passe mal novamente.
Suspeito de intermediar propina
Ex-coronel da Polícia Militar, Lima é apontado pela Procuradoria Geral da República (PGR), com base na delação da JBS, como um dos intermediários de propina que supostamente seria paga ao presidente Temer no caso do decreto de portos. Lima é dono da empresa de engenharia e arquitetura Argeplan.
Segundo o advogado dele, Cristiano Benzonta, o coronel, que tem 74 anos, já sofreu dois AVCs, um câncer e precisou retirar um rim em dezembro do ano passado. Além disso, Lima precisa tomar medicamentos.
Além do coronel, a PF prendeu nesta manhã em São Paulo outro amigo de Temer, o advogado José Yunes, ex-assessor especial da Presidência da República. Os dois foram presos a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no âmbito da Operação Skala, deflagrada nesta quinta pela PF em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Também foram presos na mesma operação: em Monte Alegre do Sul (SP), o empresário Antônio Celso Greco, dono da empresa Rodrimar, que opera no porto de Santos; em Ribeirão Preto, o ex-ministro da Agricultura e ex-deputado federal Wagner Rossi, que em 1999 e 2000 foi diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, estatal administradora do porto de Santos; em Americana (SP), Milton Ortolan, auxiliar de Rossi; e, no Rio de Janeiro, Celina Torrealba, uma das donas do grupo Libra, segundo informou o jornal “O Globo”.
Foto: O Globo
PF tenta ouvi coronel desde junho
A Polícia Federal tenta ouvir o ex-coronel João Batista Lima Filho desde junho de 2017. Ele já havia sido intimado por duas vezes e nas duas não compareceu alegando problemas de saúde.
No inquérito que apura suposto favorecimento de empresas no setor de portos por um decreto assinado pelo presidente Michel Temer, a PF anexou mensagens telefônicas trocadas entre Lima e uma pessoa não identificada pelos investigadores chamada Maria Helena.
No dia 30 de abril de 2017, o coronel Lima diz: “Amiga, nessas condições ainda tenho esperança de receber as ‘gorjetas’ que você não me deu”.
Segundo o advogado de Lima, o coronel é inocente e “não tem nenhuma participação nos fatos citados no inquérito”. O advogado Cristiano Benzota afirmou que é do interesse do coronel “esclarecer tudo”, mas que é necessário “evitar estresse” e que, por isso, a defesa tentou, em mais de uma ocasião, que ele prestasse depoimentos por escrito – o que foi negado pela PF.
G1