Empresa do presidenciável Flavio Rocha patrocinou filme de Edir Macedo
Dono da Riachuelo se filiou recentemente ao PRB, que tem bispos licenciados entre os principais quadros do partido, caso de seu presidente, o ex-ministro Marcos Pereira, e do prefeito do Rio, Marcelo Crivella
Recém-filiado ao PRB, pelo qual pretende disputar a Presidência, Flavio Rocha não é um estranho à Igreja Universal do Reino de Deus, que controla o partido.
A Riachuelo, empresa de Rocha, é uma das 11 patrocinadoras que aparecem no pôster de “Nada a Perder”, cinebiografia do líder da Universal, o bispo Edir Macedo, que estreia nesta quinta-feira (29). O presidenciável foi à sessão de gala para convidados na terça (27), num shopping paulistano.
Além da gigante do varejo, o filme também lista o apoio de Cielo, Teixeira Duarte, MRV Engenharia, Faculdade das Américas e o Grupo Garnero, além do licenciamento mundial para a Netflix.
A produção não usou recursos públicos obtidos por meio de leis de incentivo fiscal, segundo sua assessoria de imprensa.
O PRB (Partido Republicano Brasileiro) tem bispos licenciados entre os principais quadros do partido -caso de seu presidente, o ex-ministro Marcos Pereira, e o prefeito do Rio, Marcelo Crivella.
Dona do Grupo Guararapes Confecções (que abarca a Riachuelo), a família de Rocha possui um patrimônio avaliado em R$ 1,3 bilhão.
Um dos ativos políticos do pré-candidato é justamente sua fortuna, já que 2018 terá a primeira eleição presidencial sem financiamento privado.
Em fevereiro, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) liberou o autofinanciamento de campanhas. Ou seja: Rocha pode, se assim o desejar, bancar sua segunda tentativa de se eleger presidente (já se aventurou em 1994, mas deixou a corrida antes do fim). Ele só precisaria respeitar o teto de gastos imposto a quem pleiteia o Palácio do Planalto, de R$ 70 milhões.
Há duas semanas, a Folha de S.Paulo entrevistou o empresário, e ele disse desconhecer essa regra.
Entre as produções que a Riachuelo já patrocinou no passado: a série “Tropa de Elite” e “Ayrton Senna, o Musical” -Rocha era amigo do piloto de Fórmula 1, que nos anos 1980 lhe pediu ajuda para disputar um campeonato e ganhou patrocínio da Jeans Pool, marca que o empresário comandava então.
“Da mesma forma que a Riachuelo apoiou ‘Tropa de Elite’ e, recentemente, o musical sobre Senna, entre outras produções culturais brasileiras, a história de superação contada no filme ‘Nada a perder’ nos levou a apoiar a produção”, disse Rocha à reportagem, em nota enviada por sua assessoria de imprensa. Com um adendo: ele não conhece o bispo Edir Macedo pessoalmente. Com informações da Folhapress.