Festival de Cannes bane Netflix e selfies no tapete vermelho
Diretor do evento, Thierry Fremaux reafirmou que filmes exibidos no evento precisam ser distribuídos em cinemas
O diretor do Festival de Cannes, Thierry Fremaux, revelou uma série de mudanças para a edição de 2018 do evento em entrevista à revista Variety. A 71º edição do festival ocorre entre 8 e 19 de maio.
Entre as decisão, Cannes decidiu manter de fora da competição filmes produzidos pela Netflix. No ano passado, a produção foi criticada por ignorar ‘Okja’e ‘The Meyerowitz Stories’, produzidos pela plataforma de streaming.
“Qualquer filme que for selecionado para a competição precisa ser exibido nos cinemas. No ano passado, pensei que pudesse convencer a Netflix a fazer isso, mas eles se recusaram. Esse é o modelo econômico deles e nós respeitamos. Mas nós somos todos do cinema e desejamos ter filmes na competição que sejam lançados nos cinemas. Esse é o modelo dos amantes do cinema e a Netflix também deve respeitá-lo”, afirmou Thierry.
“Mas Cannes aspira a acolher todas as fontes da criatividade contemporânea, e hoje a Amazon e a Netflix – e talvez amanhã a Apple – representam algo importante”.
Fremaux também citou veto a selfies no tapete vermelho. “Como não somos policiais, nós vamos confiar em nossos convidados e em sua compreensão da situação: selfie no tapete vemelho, de forma contínua e turística, são ridículas. Isso atrapalha a qualidade e o ritmo da travessia. Alguns estão protestando e comentando negativamente, mas selfies não existiam há dez anos, isso obviamente não é a coisa mais importante do mundo. Nós vamos para Cannes para ver filmes, não para torar selfies. Meu trabalho e do meu time é preservar o prestígio do mais importante festival do mundo”.
Por fim, o diretor afirmou que o evento está “igualando a proporção de mulheres no festival e no comitê de seleção, o que é muito importante”, mas que não se sente na posição de organizar manifestações como as do movimento #metoo de forma oficial.
“Não é papel do festival organizar eventos do #metoo, pois não temos habilidade nem legitimação para isso. Nós preferimos reunir todas as iniciativas que serão lançadas aqui e ali em Cannes. Estamos tendo várias discussões e trocando ideias para preparar o festival”.
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