UE propõe reforma tributária que afeta gigantes como Google e Apple
Em vez de recolher os impostos onde as firmas estão sediadas, o bloco econômico quer cobrar onde elas têm renda
Somando mais um amargor ao Facebook, que vive a pior crise de sua história, a União Europeia propôs nesta quarta-feira (21) reformar a cobrança de impostos de empresas no mercado digital. Em vez de recolher os impostos onde as firmas estão sediadas, o bloco econômico quer cobrar onde elas têm renda. Google e Apple, entre outras gigantes dos EUA, também são afetadas pela proposta.
Estudos da Comissão Europeia, o braço executivo da UE, mostram que as gigantes digitais pagam um imposto médio de 9,5% no continente, quando firmas tradicionais arcam com 23%. A Apple chegou a pagar menos de 0,1% na Irlanda, pelo que já foi multada.
A União Europeia quer agora que essas empresas, se faturarem mais de 750 milhões de euros globalmente (R$ 3 bilhões) e 50 milhões de euros na UE (R$ 200 milhões), paguem um imposto digital de 3%.
Com isso, o bloco econômico pode arrecadar 5 bilhões de euros por ano (R$ 20 bilhões) de até 150 empresas, estima a Comissão. São considerados serviços digitais, por exemplo, aqueles que geram lucro no bloco com anúncios, assinatura e venda de dados pessoais. A arrecadação será feita por cada Estado-membro.
“O mercado digital é uma oportunidade para a UE, e precisamos estar abertos”, disse Pierre Moscovici, comissário europeu para assuntos econômicos, insistindo em que a regulação é a prioridade de seu departamento. “O futuro da economia global será digital”, afirmou.
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