Fapesp desenvolve método capaz de detectar anticorpos do vírus Zika

Uma das dificuldades para detecção do vírus é a de que a proteína usada no exame é muito parecida com a existente na dengue e na febre amarela

Segundo a Fapesp, desde que foi criada a Rede de Pesquisa sobre Zika Vírus em São Paulo (Rede Zika), em 2016, esse tipo de método diagnóstico tem sido apontado como uma das prioridades na área. Os cientistas dizem que o método é essencial para responder a várias questões estratégicas para qualquer plano de ação contra a doença, especificando com mais precisão os casos, a porcentagem de gestantes no grupo de infectados e quantas mulheres correm o risco de ter filhos com problemas neurológicos decorrentes da infecção congênita.

Segundo Danielle, os exames para diagnóstico existentes atualmente só funcionam na fase aguda de infecção ou apenas detectam anticorpos contra o Zika com baixa especificidade. “Os testes sorológicos hoje no mercado têm especificidade entre 69% e 75%, ou seja, há pelo menos 25% de chance de o resultado ser falso positivo caso o paciente já tenha sido infectado pelo vírus da dengue no passado. Já o nosso teste tem especificidade de 93% para o Zika.”

De acordo com a pesquisadora, uma das dificuldades para detecção do vírus é a de que a proteína usada no exame é muito parecida com a existente na dengue e na febre amarela, entre outras. “Para resolver esse problema, nós usamos uma versão editada da proteína, ou seja, foi selecionado apenas o trecho da molécula que é mais específico para o Zika.”

Como as amostras são expostas ao vírus da dengue para extrair todas as amostras de anticorpos dessa doença, o resultado demora cerca de três horas para sair. No método mais simples, o prazo era de duas horas e 20 minutos. “Mas estamos trabalhando para baixar esse tempo. A meta é que seja ainda menor que o do método padrão, pois o objetivo é usar na triagem de pacientes em hospitais”, disse Danielle.

Outra vantagem do método é o baixo custo, que deve ser em torno de R$ 10 a R$ 12 por paciente. De acordo com Danielle, no ano passado, o foco do estudo foi na detecção do IgG e neste ano a pesquisa deve ser direcionada para uma ferramenta que detecte também o IgM (imunoglobulina M), que permanece no organismo por até quatro meses após o término da infecção pelo Zika.

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