Ao se lançar candidato ao Planalto, Maia marcará afastamento de Temer
Expectativa é de que presidente da Câmara adote um discurso próprio e pregue renovação da política
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), começou a planejar viagens e reuniões pelo Brasil, com o propósito de se tornar mais conhecido. Ele lança sua pré-candidatura à presidência da República, nesta quinta-feira (8), durante a convenção do partido.
A agenda contempla até mesmo a cidade de Catolé do Rocha, na Paraíba, cidade natal do seu pai, César Maia, ex-prefeito do Rio.
Além disso, de acordo com informações da Folha de S. Paulo, Maia decidiu procurar empresários e outros partidos para dar sustentação à candidatura. As relações com o PP e com o Solidariedade, especialmente, já estão mais firmes.
O objetivo é fazer com que o presidente da Câmara decole nas pesquisa de intenção de voto, já que até agora só foi lembrado por 1% dos eleitores. Segundo aliados, o prazo para isso ocorrer é até maio, quando planejam que ele alcance pelo 7% da preferência da população.
Na quinta, a expectativa é de que, aconselhado por entusiastas de sua candidatura, Maia adote um discurso próprio, que pregue renovação da política. Deve defender as reformas, legado do governo de Michel Temer, e até mesmo fazer alguns elogios ao presidente, para não correr o risco de ser considerado oportunista, já que ganhou espaço durante o governo do emedebista.
Porém, o presidente da Câmara não quer se comprometer com a pauta exclusivamente econômica de Temer. O motivo é simples: manter independência em relação a um governo que tem baixíssimos índices de aprovação, e poder criticá-lo. A palavra de ordem será, portanto, afastamento da gestão atual.
O deputado deve basear a sua fala em três pontos: combate à violência, recuperação da economia e geração de empregos, e foco nas questões sociais. Sobre este último, uma das propostas a serem apresentadas por Maia é o seguro social familiar, que unifica o Bolsa Família e um conjunto de pequenos programas dispersos em diversas pastas.
“Existe um deserto conceitual no DEM e no PSDB sobre a questão social no Brasil. Rodrigo quer sair deste deserto”, explica Marcelo Garcia, ex-secretário de Cesar Maia na área e coordenador do programa de governo de Rodrigo em 2012, quando ele disputou a prefeitura da capital fluminense.
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