Soldado que agrediu traficante foi afastado a pedido da OAB-RJ?

Boato compartilhado no Facebook trata da fictícia punição ao “soldado Rocha”, da Polícia do Exército, por desrespeito aos direitos humanos.

Por João Pedroso de Campos

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Depois da foto antiga de militares revistando crianças e do discurso falsamente atribuído ao comandante do Exército com críticas a políticos, mais uma notícia falsa a respeito da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeirotem sido compartilhada no Facebook nos últimos dias.

O novo boato trata da suposta punição a um tal soldado Rocha, da Polícia do Exército (PE), que teria sido afastado de suas funções a pedido da Ordem dos Advogados Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) após abordar e agredir um traficante “com mais de 50 passagens por tráfico e homicídio”. A notícia falsa traduz, evidentemente, o pensamento daqueles que criticam os defensores dos direitos humanos e de discursos que, nas palavras dos detratores, “defendem bandido”.

Uma das postagens com a lorota na rede social foi compartilhada cerca de 2.700 vezes:

 (Reprodução/Facebook)

Com tantos holofotes voltados à intervenção federal no Rio de Janeiro, é difícil imaginar que os supostos episódios, da agressão e do afastamento do soldado, deixariam de ser registrados por veículos de imprensa profissionais. Nenhuma informação sobre o caso foi publicada, no entanto, porque ele simplesmente não aconteceu. Não houve abordagem ao criminoso pelo soldado e, consequentemente, também não existiu, por parte da OAB-RJ, qualquer pedido de afastamento dele à PE.

Procurado pelo Me Engana que Eu Posto, o Exército negou a agressão e a punição ao “soldado Rocha”. Por meio de seu perfil no Facebook, a seccional fluminense da OAB esclareceu que se trata de mais um boato. Veja abaixo:

A foto que ilustra a suposta abordagem ao traficante, como diz a nota da OAB-RJ, mostra, de fato, um soldado da Polícia do Exército, mas foi tirada em 2012. A imagem foi registrada em Salvador, em um conflito entre a PE e manifestantes que defendiam a greve de policiais militares da Bahia.

Por:VEJA

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