Afinal, o que que a Working tem para estar sempre em evidência, envolvida em escândalos, mas sempre trabalhando

Por:ALDIR SALES

 

Foto:Divulgação

A Prefeitura de Campos publicou, no Diário Oficial desta quinta-feira (22), o sexto termo aditivo do contrato com a Working Empreendimentos e Serviços Ltda. para a construção da Praça dos Esportes e da Cultura do Parque Eldorado. A empresa tem como proprietário André Luiz Rodrigues, o Deca, que confessou ter repassado dinheiro ilícito para o ex-governador Anthony Garotinho em 2014. Deca é delator do suposto esquema para arrecadação de caixa dois de empresários com contratos com o município durante a gestão Rosinha Garotinho que desencadeou a operação Caixa d’Água e levou à prisão, entre outros réus, o casal Garotinho.
O contrato para a obra começou no governo Rosinha, mas foi mantido pela atual gestão. No final do último mês de novembro, o juiz Rubens Soares Sá Viana Junior, da 4ª Vara Cível de Campos, chegou a suspender todos os vínculos do município com a Working, acatando uma ação popular que questionava a moralidade da continuidade. No entanto, duas semanas depois, o magistrado reconsiderou a decisão anterior depois que a empresa, segundo a liminar, comprovou que estava prestando serviços e, por isso, poderia receber o que lhe é devido.
Na ocasião, a Procuradoria do Município informou que os contratos com a Working estavam sendo avaliados. A equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura, que não informou, até o fechamento desta edição, o valor do vínculo do Executivo com a empresa e quantos contratos com a Working ainda estão ativos.
No último dia 6 de fevereiro aconteceu a primeira audiência com as testemunhas de acusação da Caixa d’Água. Entre eles estava André Luiz, que relatou com detalhes o suposto esquema. Nenhum dos réus compareceu à audiência. Ele falou de uma reunião com outros empresários no Rio de Janeiro, onde Garotinho teria exigido a “contribuição” de R$ 1 milhão de cada um. De acordo com André, o ex-governador teria dito que “era para eles se virarem, pegar dinheiro com agiota, com banco, que ele queria R$ 5 milhões, sendo R$ 1 de cada um. Que se não conseguisse esse dinheiro perderia a campanha”.
Deca relatou, também, que sua empresa, a Working, estava em dificuldades financeiras e tinha dinheiro a receber da Prefeitura. Ele falou que já tinha feito outras “contribuições voluntárias” anteriormente com 10% de cada contrato com o município, mas que nunca havia sido cobrado por isso.
Após a reunião no Rio, Deca conta que conversou com o empresário Ney Flores, co-réu do processo e um dos presentes na reunião. Segundo André, Ney teria falado sobre a possibilidade de um contrato de R$ 3 milhões com outra empresa do delator, a Ocean Link, com a JBS, e que esse dinheiro seria repassado para a campanha do ex-governador.
Também são réus na ação o policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro, o Toninho, o ex-secretário de Governo, Suledil Bernardino, o ex-subsecretário da pasta, Thiago Godoy, o presidente nacional do PR, Antonio Carlos Rodrigues, e o seu genro, Fabiano Rosas, que seriam os intermediadores com a JBS.

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