Além de Campos, Itaocára e Santo Antônio de Pádua já contam com operação do Exército
Forças Armadas atuam na BR-101 em Campos / Paulo Pinheiro
Equipes das Forças Armadas iniciaram operações em Campos na noite desta segunda-feira (19), no KM 79 da BR 101 (Campos-Rio), na entrada de Ponta da Lama. Os militares montaram um acampamento no local e contam com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na manhã desta terça (20), cerca de 50 militares, com dois caminhões do Exército, continuam em operação na BR, na altura de Dores de Macabu. Também acontece operação em pontos diferentes no distrito de Ururaí e, nas divisas do Estado no Noroeste Fluminense, em Itaocara e Santo Antônio de Pádua.
Conforme o chefe-substituto da PRF, João Novaes, as operações estão sendo realizadas pelas Forças Armadas nos municípios que fazem divisa com os estados do Espírito Santo, Minas e São Paulo. “Inicialmente, o objetivo é coibir eventual fuga de criminosos da intervenção federal que está sendo intensificada dentro de Estado do Rio de Janeiro. Todo o planejamento é com o Exército. Nós estamos apenas apoiando, por estarem, as operações, ocorrendo em áreas de atribuição da PRF”.
Comando Leste – A Folha solicitou, por e-mail, informações sobre as operações em Campos e aguarda resposta do Comando Militar do Leste.
Durante a manhã, na BR 101, agentes do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes) abordaram diversos caminhões, kombis e carros de passeio, com o objetivo de coibir crimes. Eles verificaram a documentação dos motoristas, dos veículos, cargas e bagagens. Um dos condutores abordados foi o autônomo Diego Pessanha, que, em uma kombi, transportava vassouras e rodos. Para ele, a atuação das Forças Armadas é positiva: “Quanto mais segurança, melhor para a população”, afirmou.
Outro motorista que teve o caminhão verificado foi Vagner Henrique de Freitas. Após informar a rota e apresentar a documentação, ele relatou aos militares que, há cerca de 20 dias, foi assaltado na BR 101, na altura de Silva Jardim. Um caminhão o fechou na rodovia. Homens armados fizeram a troca de parte da carga para o veículo e fugiram. Por isso, acredita que a presença do Exército na rodovia é necessária:
— Quando eu fiquei sabendo da intervenção militar, fiquei feliz porque eu fui vítima. Eles me abordaram após o pedágio de Rio Bonito e fizeram o transbordo da carga em Silva Jardim. De vez em quando, eu faço essa rota, mas nunca mais vai ser a mesma coisa. A gente está usando estratégias. Procuramos vir em comboio para tentar dificultar, mas é complicado. Nunca tinha passado por isso. Eu rodava tranquilo. É uma experiência complicadíssima. Ter uma arma apontada para você não é algo natural.
Em outras divisas do interior – As Forças Armadas também estão em operação no Noroeste Fluminense, com bloqueios na RJ 116, em Itaocara, e na RJ 186, em Santo Antônio de Pádua. As ações foram iniciadas na manhã desta terça-feira (20).
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) disse que iniciou, na noite de segunda, operações nas divisas do Estado e em áreas estratégicas da Região Metropolitana, com a cooperação das Forças Armadas, no contexto do Decreto Presidencial de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para ações em apoio ao Plano Nacional de Segurança Pública, assinado em 28 de julho de 2017.
Participam da operação, além das Forças Armadas e das polícias Civil e Militar, as Polícias Rodoviárias Federal e Estadual e a Força Nacional/Senasp.
“As Forças Armadas estabelecem pontos de bloqueio, controle e fiscalização de vias urbanas nos acessos rodoviários ao Estado do Rio de Janeiro, particularmente na BR-101, nas divisas ao norte e ao sul do Estado, além de trechos na região de São Gonçalo (comunidades do Salgueiro e Jardim Catarina); na BR-116, nas divisas nordeste e ao sul do Estado, além de trechos da Baixada Fluminense; e na BR-040, nas divisas a oeste do Estado. Além desses locais, realizam patrulhamento ao longo do Arco Metropolitano.
Estão disponíveis para as operações três mil militares das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), com apoio de veículos blindados e aeronaves.
Algumas vias e acessos nas áreas de operações podem ser interditados e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis. Não há interferência nas operações dos aeroportos.
As instituições envolvidas nas operações estão acompanhando e orientando, em tempo integral, os desdobramentos no Comando Militar do Leste, a partir das 17 horas de hoje, e no Centro Integrado de Comando e Controle, a partir das 5 horas da manhã do dia 20 de fevereiro”.
Folha1