Delegado de caso de crianças esquartejadas, Moacir Fermino é afastado
Cid Martins / Agência RBS
A Corregedoria da Polícia Civil (Cogepol) afastou o delegado Moacir Fermino após se constatar que três pessoas mentiram no inquérito que apura a morte de duas crianças, encontradas esquartejadas em setembro do ano passado, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. A informação foi confirmada pelo chefe da polícia, delegado Emerson Wendt.
O policial ficará afastado até a conclusão de investigação que apura o falso testemunha a denunciação caluniosa de sete pessoas pela morte das crianças.
Em entrevista ao programa Timeline da Rádio Gaúcha, o chefe da Polícia Civil afirmou que o afastamento é considerado uma “medida cautelar” para evitar que o delegado investigado possa ir à delegacia e influenciar no trabalho policial.
— Uma das possibilidades era o afastamento, solicitado por nossa polícia para o Judiciário, mas também havia a possibilidade do Conselho Superior de Polícia. Optamos pela primeira alternativa — salientou Wendt.
A Corregedoria tem até sábado (17) para concluir a investigação, mas não se descarta prorrogar o prazo. Meirelles salientou ainda que Fermino deve ser ouvido nos próximos dias para a investigação.
Wendt disse ainda que não se descarta a participação de outros policiais na intimidação das testemunhas, o que está sendo apurado. O chefe da Polícia Civil salientou que “não é incomum” testemunhas mentirem em inquéritos.
— O que testemunhas trouxeram acabaram não se confirmado e se viu que era farsa. Há necessidade de apuração de circunstâncias, que levaram essas pessoas a mentir — pontua Wendt.
Ainda durante a entrevista, o chefe da Polícia Civil disse que desligou o rádio ao ouvir o delegado Fermino falar que teve “revelações divinas” que apontaram os caminhos para a investigação. A entrevista acabou causando mal-estar no alto escalão da corporação, o que fez Wendt chamar uma reunião para avaliar a “técnica policial” empregada na investigação.
Fermino ficou por 30 dias como interino da Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo nas férias do delegado Rogério Baggio.
Por:GZH