RIO – Ao chegar ao Rio de Janeiro de volta da viagem ao exterior, além de ter que enfrentar a rejeição da população da cidade que governa, Crivella vai ter que se explicar porque estava fora da cidade quando ela mais precisou da sua presença e como bancou o custo de sua viagem e de sua comitiva. Ao chegar ao Rio de Janeiro de volta da viagem à Frankfurt, na Alemanha, onde, segundo ele próprio, iria aproveitar a “folguinha” para buscar novas tecnologias para melhorar a segurança da cidade, o prefeito Marcelo Crivella terá quinze dias para esclarecer detalhadamente seus gastos, informando também quem o acompanhou e quanto isto custou aos cofres públicos. Esta foi a primeira viagem desde que a Câmara dos Vereadores aprovou no fim do ano passado as mudanças no decreto legislativo que autorizou as viagens do chefe do executivo municipal para o exercício de 2018. A Lei Orgânica do Município diz que o prefeito não pode se ausentar do país sem autorização da Câmara e, caso ele viaje em missão oficial, é obrigado a fazer relatório da viagem até 15 dias após o retorno. Mas até o ano passado, ele não estava obrigado a detalhar seus gastos e nem informar sobre seus acompanhantes. A emenda de autoria do vereador Paulo Pinheiro, líder do Psol, foi aprovada em 28 de dezembro e já vale para esta viagem.
Enquanto aguarda o relatório de gastos do prefeito, a Câmara dos Vereadores reabre seus trabalhos nesta quinta-feira com uma nova proposta de mudança no mesmo decreto legislativo: agora para impedir que o prefeito do Rio deixe à cidade durante o Réveillon e o Carnaval.
— Porque são dois momentos em que a cidade recebe milhões de turistas, que requerem atenção redobrada com a ordem pública, com a mobilidade, com a limpeza urbana e, caso ocorra alguma tragédia, com a defesa civil. E o que aconteceu neste carnaval? Cenas de desordem pública, falta de ônibus na cidade, muito lixo e ninguém para por ordem na casa. Ou seja, faltou prefeito — afirmou o vereador Paulo Pinheiro, autor da nova proposta.
Segundo o vereador, em menos de 14 meses de mandato, esteve fora em 2 meses:
— A receita com o Turismo é muito importante, uma vocação da cidade, mas a desordem e a falta de comando, fatalmente, afastarão os turistas. Não queremos ver o prefeito sambar, queremos que ele garanta a manutenção da ordem urbana. Afinal, foi eleito para isso — concluiu Pinheiro.