Motorista que estava com família na Linha Amarela relata momentos de pânico. O clima ainda é tenso no local
O desespero de quem estava na Linha Amarela.
O motorista Ricardo Melo, que voltava do aeroporto na manhã desta quarta-feira (31), ficou no meio do fogo cruzado com a família durante um tiroteio na Linha Amarela causado por confronto entre policiais e traficantes da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio. Na manhã desta quarta, três suspeitos morreram durante a troca de tiro com policiais.
“Eu vi um clarão, porque o meu carro era o primeiro, não tinha mais ninguém na minha frente, a Linha Amarela estava vazia. Você não sabe o que fazer. O pedaço que eu estava tem a comunidade de um lado e comunidade do outro lado. A mureta que você fica atrás dela, não sabe se o tiro vem do lado esquerdo ou do lado direito. Tinham homens armados em cima de algumas umas casas. Você vê perfeitamente isso, muita polícia, o trânsito parado. Tinha um senhor, coitado, que não aguentava sair de dentro do carro. Ele nem andava direito”, afirmou Melo.
Foto:G1
Um dos suspeitos mortos na ação foi Rodolfo Pereira da Silva, conhecido como Rodolfinho, apontado como um dos chefes do tráfico de drogas na região. Em protesto, foram colocadas barricadas na Linha Amarela, que desde as 11h sofre interdições intermitentes devido à operação para retirada dos bloqueios e trocas de tiros.
“Meu carro foi o primeiro a parar, a gente ficou meio sem saber o que fazer, saímos do carro a família, o meu irmão com a minha mãe do outro carro, fomos para trás de um ônibus, todo mundo saindo dos ônibus, algumas pessoas querem voltar na contramão e fica aquela bagunça generalizada, muito barulho de bomba, muito barulho de fogos, um absurdo geral”, afirmou o motorista.
G1