Goleador a favor, carrasco contra: no Cruzeiro, atacante Fred reencontrará América, clube que o revelou para o futebol

Após dar alegrias à torcida do Coelho, atacante rodou o mundo e virou algoz.

Arquivo/Estado de Minas e Ramon Lisboa/EM D.A Press

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Fred nunca escondeu o carinho que sente pelo América. Sempre que esteve perto de enfrentar o Coelho, o centroavante ressaltou os bons momentos vividos no Lanna Drumond e a torcida pelo sucesso da equipe. No próximo domingo, às 17h, no Mineirão, ele reencontrará o clube onde deu os primeiros passos na carreira e terá a missão de fazer os gols necessários para manter o Cruzeiro na liderança do Campeonato Mineiro.

Antes mesmo de ser promovido ao elenco profissional do América, Fred já dava o que falar. Pela Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2003, o atacante marcou, à época, o gol mais rápido da história do futebol. Aos 3s17, um chute ousado do meio de campo abriu o placar para o Coelho contra o Vila Nova-GO. O time, porém, acabou derrotado de virada: 5 a 1. Na sequência da competição, amargou a lanterna do Grupo C, com apenas dois pontos.
Reprodução/Estado de Minas

Mas Fred teve as qualidades reconhecidas e foi promovido ao profissional do América. Logo na estreia oficial, em 26 de janeiro de 2003, entrou aos 23min da etapa final no lugar de Kleyr. Com pouco tempo em campo, marcou o segundo gol do Coelho ao receber assistência de Wagner e garantiu a vitória de virada sobre o Guarani de Divinópolis, por 2 a 1, pela primeira rodada do Campeonato Mineiro. Os 991 torcedores que compareceram ao Independência foram testemunhas do surgimento de um goleador.

Fred brigou pela artilharia do Campeonato Mineiro de 2003. Marcou 10 gols e ficou atrás apenas de Guilherme, do Atlético, que contabilizou 13. No Estadual, o Coelho somou 23 pontos e ficou em terceiro lugar. Já na Série B, o atacante balançou as redes sete vezes, porém não levou o time americano a uma grande campanha – terminou em 22º lugar entre 24 participantes, com 24 pontos em 23 partidas.
Em 2004, Fred disputou novamente a condição de goleador do Estadual. Com 12 gols, só não superou o cruzeirense Alex, responsável por 14 tentos. O América saiu na semifinal da competição justamente para a Raposa, campeã do certame. Fred balançou a rede também na Copa do Brasil (2) e na Série B (2).

Do América para o Cruzeiro

Um acordo entre América e Feyenoord-HOL dava ao clube holandês a condição de escolher um jogador de até 20 anos oriundo do Lanna Drumond. Como compensação, os europeus destinaram US$ 3,5 milhões ao Coelho. Celebrado em agosto de 1999, o contrato valeria até dezembro de 2004. Ou seja, Fred poderia ser incluído no “pacote” do Feeyenord. E foi.
Só que o Cruzeiro, de olho nos serviços de Fred, tinha na categoria de base um jogador que despertava o interesse dos holandeses. Era Gerson Magrão. A proposta feita pelo presidente Alvimar de Oliveira Costa foi a cessão de 90% do “passe” do então meio-campista de 19 anos em troca do mesmo percentual do atacante. O América ainda teria de receber do Feyenoord US$ 500 mil como compensação. Assim, Fred assinou com a Raposa e foi apresentado em 20 de julho de 2004.
Na primeira temporada, o então centroavante de 20 anos fez 16 gols em 28 jogos, sendo 14 no Campeonato Brasileiro e dois na Copa Sul-Americana. Em 2005, já consolidado na equipe, virou protagonista. No primeiro encontro com o América, anotou um hat-trick. Em 27 de fevereiro, diante de pouco mais de 8 mil torcedores no Mineirão, Fred liderou o Cruzeiro na goleada por 4 a 0 – Adriano foi o responsável pelo outro gol.

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