Morre membro da ABL
Jornalista e escritor Carlos Heitor Cony morreu, por volta das 23h desta sexta-feira (5), aos 91 anos. A informação foi confirmada ao G1 pela assessoria da Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual ele era membro desde 2000. Cony estava internado no Hospital Samaritano, no Rio. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.
Com uma carreira de jornalista iniciada nos anos 1950 e atuação nos principais jornais e revistas do país, Cony escreveu diversos romances, como “O ventre” (1958), “Pilatos” (1973), “Quase memória” (1995) e “O piano e a orquestra” (1996) – com os dois últimos, ganhou o prêmio Jabuti. Também foi autor de livros de crônicas, coletâneas de contos e novelas para a TV.
- Carlos Heitor Cony nasceu no Rio em 14 de março de 1926. Era filho do jornalista Ernesto Cony Filho e de Julieta Moraes Cony.
Começou a carreira em 1952, como redator do “Jornal do Brasil” – e entre 1958 e 1960 colaborou no “Suplemento Dominical” do mesmo veículo, escrevendo contos, ensaios e fazendo traduções.
Já em 1961, entrou para o “Correio da Manhã” nas funçõés de redator, cronista, editorialista e editor. Em 1964, após o Golpe Militar, chegou a ser preso em diversas ocasiões e se exilou na Europa e em Cuba.
Mais tarde, trabalhou, por mais de 30 anos na revista “Manchete” e foi diretor de “Fatos & Fotos”, “Desfile” e “Ele Ela”. Entre 1985 e 1990, dirigiu o setor de teledramaturgia da Manchete – foi autor das novelas “A Marquesa de Santos”, “Dona Beja” e “Kananga do Japão”.
Em 1993, substituiu Otto Lara Resende como cronista da “Folha de S.Paulo”. Também entrou para o conselho editorial do mesmo jornal. Trabalhou ainda como comentarista na rádio CBN.
Em 23 de março de 2000, foi eleito para a cadeira número 3 da ABL.
Carlos Heitor Cony era casado com Beatriz Latja e tinha três filhos: Regina, Verônica e André.
Veja, abaixo, prêmios recebidos por Carlos Heitor Cony:
- Duas vezes o Prêmio Manucel Antônio de Almeida, pelos romances “A verdade de cada dia”, em 1957, e “Tijolo de segurança”, em 1958;
- Prêmio Machado de Assis, da ABL, pelo conjunto da obra, em 1996;
- Prêmio Jabuti em 1996, pelo romance “Quase memória”;
- Prêmio Jabuti em 1997, pelo romance “O piano e a orquestra”;
- Prêmio Jabuti em 2000, pelo romance “Romance sem palavras”;
- Ordre des Arts et des Lettres, em 1998, concedidido pelo governo da França.
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G1