Golfinho encontrado morto na praia de Chapéu do Sol
Por:JÉSSICA FELIPE
Um golfinho de em média 1,5 metros foi encontrado morto na tarde dessa quarta-feira (3), por volta das 14h30, na praia de Chapéu de Sol, litoral sanjoanense. Segundo o Corpo de Bombeiros de São João da Barra, responsável pela remoção do animal, ele localizado já sem vida por moradores, próximo ao Posto 4. O animal encontra-se nas dependências do grupamento, aguardando a chegada de um biólogo. Ainda não há informação sobre o destino do mesmo. Esse é o primeiro caso do ano envolvendo aparições de espécies marinhas nas praias do município.
A equipe de Bombeiros, que retirou o animal da praia, identificou o mesmo como da espécie “boto-cinza”, de comum aparição nessa região. A Secretaria Estadual do Ambiente ressalta que o boto cinza está na lista das dez espécies mais ameaçadas de extinção. No norte fluminense, é muito comum os botos-cinzas e as toninhas (espécies de golfinhos) morrerem enroscadas nas redes de pesca. Ainda segundo a Fiocruz, em média 100 golfinhos dessas espécies morrem por ano dessa maneira. “A toninha é muito comum na região, mas sua cor amarronzada dificulta a visualização no mar, que é bem escuro na bacia de Campos”, diz o estudo da instituição.
De acordo com um trabalho de pesquisa da Fiocruz, durante todo o ano a orla do Rio de Janeiro, mais especificamente do litoral norte e da Região dos Lagos, recebe dezenas de visitantes ilustres. São pinguins, tartarugas, golfinhos, baleias e atobás, que chegam ao litoral para reprodução, em busca de alimentos ou por estarem apenas migrando. Muitos deles viajam, a nado ou voando, por milhares de quilômetros.
O Projeto Toninhas, que tem abrangência nacional, reforça que esse animais são capturados nas redes de pesca e morrem por afogamento. Na maioria das vezes são descartadas no mar.
— E as mortes ocorrem porque, sendo mamíferos que respiram por meio de pulmões, os animais se afogam quando se prendem às redes de emalhe, colocadas no mar para a captura de peixes. Não há clareza, até o momento, se as toninhas não conseguem detectar as redes em tempo de se afastar ou se elas se aproximam do instrumento para capturar os peixes retidos e se enroscam — avalia a bióloga Marta Cremer, integrante do projeto.
Fotos: Paulo Pinheiro