Deputados argentinos tentam aprovar reforma da previdência em meio a novos protestos

Por G1

Policiais e manifestantes entram em confronto durante protesto contra a reforma da previdência do lado de fora do Congresso, em Buenos Aires, Argentina, na segunda-feira (18) (Foto: Eitan Abramovich/AFP)

          Voluntários da Pátria esquina com Gil de Góes.

Deputados argentinos tentam pela segunda vez nesta segunda-feira (18) votar a reforma da previdência, depois que manifestações que terminaram em violentos confrontos levaram ao adiamento de uma sessão da Câmara na última quinta.

Os partidos aliados do governo anunciaram que há quórum suficiente e que a votação deve ocorrer, apesar de manifestantes continuarem nas ruas de Buenos Aires, e de uma greve convocada em forma de protesto contra as reformas atingir diversos setores do país.

Enquanto os deputados já estavam dentro do plenário e a sessão tinha sido iniciada, havia conflito entre manifestantes e policiais na porta do Congresso Nacional. Deputados de oposição pediram uma pausa no debate por causa dos distúrbios e a mesa concordou, mas os trabalhos já foram retomados. Eles também voltaram a pedir a suspensão da sessão, mas em uma votação foram derrotados por 128 a 114 (e uma abstenção).

A polícia disparou balas de borracha, gás lacrimogêneo e jatos de água e em retribuição recebei pedradas. Segundo o jornal “Clarín”, o confronto teve início por volta das 13h30 e durou mais de duas horas. A Guarda Nacional foi acionada.

Após derrubarem as grades de proteção da praça em frente ao Congresso, os manifestantes foram dispersados e a polícia voltou a controlar o local. A multidão então se dirigiu à Avenida 9 de Julio, uma das principais da cidade, onde novos conflitos foram registrados.

Em comunicado, a polícia de Buenos Aires informou que ao menos 15 policiais foram feridos de diversas formas, inclusive com casos de traumatismo craniano. Além disso, oito civis foram transportados a hospitais.

Greve

“Respeitamos o eleitorado que lhes elegeu (nas eleições de meio de mandato em outubro), mas não para que tomem medidas que prejudicam grande parte da sociedade. Vamos protestar com uma paralisação”, disse Carlos Acuña, um dos líderes da principal central sindical CGT (peronista).

Segundo a France Presse, a CGT iniciou, ao meio-dia, uma greve geral de 24 horas sem marchar para o Congresso, mas o transporte urbano só iria parar a partir de meia-noite para não atrapalhar a manifestação, anunciou a direção sindical.

Os órgãos de direitos humanos aderiram à mobilização “contra a repressão e a desapropriação”, segundo um comunicado.

Reforma

Entre os principais pontos da reforma proposta pelo governo estão a mudança do ajuste da mobilidade de aposentadoria, que passaria de semestral a trimestral e uma alteração na fórmula de ajuste que passsaria a ser determinada por um composto de 70% da taxa de inflação e 30% da variação no salário médio dos trabalhadores estáveis.

Outro ponto determina que mulheres com 60 anos de idade e homens com 65 anos e, em ambos os casos, um mínimo de 30 anos de contribuições, podem optar por prolongar a vida ativa até 70 anos.

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