Coreia do Norte diz que bloqueio marítimo seria ‘declaração de guerra’
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O governo da Coreia do Norte advertiu neste domingo (10) que um bloqueio marítimo ao seu país seria “uma declaração de guerra”, em referência a uma das novas sanções que os Estados Unidos planejam impor a Pyongyang após o lançamento de seu último míssil balístico.
“Os movimentos dos Estados Unidos para impor um bloqueio marítimo nunca podem ser tolerados, pois constituem uma clara violação da soberania e dignidade de um Estado independente”, afirma um comentário publicado no jornal oficial “Rodong Sinmun”.
Washington “tenta abertamente impor um bloqueio marítimo contra a RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte) para estrangular sua economia em tempos de paz”, que faz parte do plano que o país aplica “há décadas” para “aumentar o isolamento” de Pyongyang, de acordo com o artigo.
O comentário, também divulgado pela agência estatal “KCNA”, ressalta que os tratados internacionais estabelecem que o bloqueio econômico de um país em tempos de paz constitui “um ato ilegal e considerado uma invasão”.
As novas sanções promovidas por Washington, juntamente com as manobras aéreas realizadas na semana passada na península coreana (as maiores até o momento), representam “abomináveis atos criminosos visando empurrar para uma situação atual para uma fase de guerra catastrófica e incontrolável”, afirmam os norte-coreanos.
O artigo adverte ao presidente americano, Donald Trump, e “sua gangue”, de que “mesmo o menor movimento para implementar um bloqueio marítimo receberá uma resposta de autodefesa imediata e implacável da RPDC”.
A Coreia do Norte lançou no último dia 29 de novembro o míssil intercontinental Hwasong-15, que atingiu maior altitude do que todos os disparos anteriores realizados pelo país e coloca Pyongyang cada vez mais perto de poder chegar ao território dos EUA com armas nucleares.
Até então, o último míssil disparado pela Coreia do Norte havia sido um Hwasong-12 de alcance intermediário, lançado no dia 15 de setembro, que sobrevoou o Japão e caiu no Oceano Pacífico.
A comunidade internacional condena os disparos de mísseis e considera os programas nuclear e balístico da Coreia do Norte violações contra as resoluções da ONU.
Sanções anteriores
No dia 11 de setembro, o Conselho de Segurança da Organização impôs, por unanimidade, a proibição das exportações de produtos têxteis do país e limitou as importações de petróleo. Aquela foi a 9ª resolução de sanções aprovada por unanimidade pelo conselho de 15 membros desde 2006 sobre os programas de mísseis balísticos e nuclear da Coreia do Norte.
As sanções mais recentes foram uma resposta ao teste com uma bomba de hidrogênio, o 6º teste nuclear do país dos últimos 11 anos, ocorrido em 3 de setembro.
Em novembro, Trump incluiu a Coreia do Norte em uma lista de ‘países que patrocinam terrorismo’, no que diz ser uma “campanha de pressão máxima” dos EUA em relação à Coreia do Norte.
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‘Erro de cálculo pode ativar conflito’
O subsecretário-geral de Assuntos Políticos da ONU, Jeffrey Feltman, fez um alerta para a possibilidade de um grave erro de cálculo, que poderia desencadear um conflito com a Coreia do Norte, ao mesmo tempo que pediu a Pyongyang que mantenha os canais de comunicação abertos, após uma visita inusual ao país asiático.
A viagem de quatro dias de Feltman a Coreia do Norte, a primeira de um diplomata de alto nível da ONU desde 2010, começou menos de uma semana depois do anúncio de Pyongyang sobre o teste de um novo míssil balístico capaz de alcançar o território dos Estados Unidos.
“Ao notar a necessidade urgente de evitar erros de cálculos e de abertura de canais para reduzir os riscos de conflito, Feltman destacou que a comunidade internacional, preocupada com a tensão crescente, está comprometida com a conquista de uma solução pacífica à situação na Península da Coreia”, indicou a ONU em um comunicado.
O texto informa que Feltman se reuniu com o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong-Ho, e o vice-ministro das Relações Exteriores, Pak Myong-Kuk, que “concordaram que a situação atual é o tema de paz e segurança mais tenso e perigoso do mundo”.
Feltman destacou que “só pode existir uma solução diplomática para a situação, alcançada por meio de um processo de diálogo sincero”.
No sábado, a agência estatal de notícias da Coreia do Norte, KCNA, afirmou que “a política de hostilidade dos Estados Unidos em relação à RPDC (Coreia do Norte) e sua chantagem nuclear são os culpados pela atual situação de tensão na península da Coreia”.
G1