A chuva que cai nos últimos dias aumentou o nível dos rios Doce e Itapemirim, nas regiões Norte e Sul do Espírito Santo. Por conta da seca, eles estavam com pouca água, mas agora podem ser vistos mais cheios, nesta terça-feira (5).
Há um mês, a situação do Rio Doce, em Colatina, era crítica. Os pescadores nem precisavam de barco, conseguiam pescar em pé dentro do rio. Em outros trechos, havia ainda menos água, animais eram vistos pastando no leito do rio.
Rio Doce antes e depois da chuva em Colatina (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Encontro do Rio Santa Maria com o Rio Doce antes da chuva (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Encontro do Rio Santa Maria com o Rio Doce depois da chuva (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Depois da chuva, na régua de medição da Agência Nacional das Águas (ANA), nesta terça, indicava 4 metros. Em um dia, o nível aumentou em um metro. Para que o rio transborde, a régua precisa estar em 6,20 metros.
Nos cinco primeiros dias de dezembro, já choveu praticamente todo o volume de chuva que foi registrado no mês de novembro. De acordo com a ANA, há previsão do Rio Doce continuar subindo nas próximas horas, mas não há risco de enchente.
No Rio Itapemirim, em Cachoeiro de Itapemirim, a situação é semelhante. Há cerca de um mês, a água não conseguia cobrir nem as pedras no fundo do rio. A medição na ponte reforçava o nível baixo.
Em Campos no Norte do Estado do Rio de Janeiro, o monitoramento é constante:
A chuva que tem caído em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro tem refletido no nível do rio Paraíba do Sul, que atingiu nesta segunda-feira a cota dos 6 metros, uma elevação de 63 centímetros nos últimos dois dias. A cota normal é de 5,80m e de transbordo, 10,40m. O rio Ururaí também subiu quase 20 centímetros depois de três meses abaixo da régua. Na medição feita nesta segunda o nível era de 3 metros. Outros dois rios que também têm deixado a Defesa Civil em alerta são o Itabapoana — com 2 metros — e o Muriaé que atingiu a cota dos 3,90 metros, faltando apenas 30 centímetros para o transbordo. A previsão de chuva segue até sexta-feira no Norte e Noroeste Fluminense.
Para o coordenador regional da Defesa Civil, Joelson Oliveira, o panorama geral da região é de alerta no Noroeste Fluminense, principalmente com o rio Itabapoana que está no limite. “Temos uma previsão de muita chuva para esta terça-feira, que podem chegar a 60mm, principalmente no estado do Espírito Santo e Minas Gerais, que leva muita água para o rio Itabapoana pelo lado Noroeste.
Na semana passada era essa a situação do Rio Muriaé:
O rio Muriaé, em Itaperuna, passou dos três metros e se encontra descendo. Mas a nossa maior preocupação, neste momento, é com os deslizamentos de terra. O solo está muito encharcado, principalmente no Noroeste que tem muitas moradias nos morros”, informou.
No Norte Fluminense, a chuva que tem caído não preocupa as autoridades. O rio Paraíba e o Ururaí registraram aumento no nível, mas a coordenadoria de Defesa Civil do município diz que não há motivos para preocupação. A previsão é de que até sexta-feira chova 40mm, índice menor que o da última semana.
— O Paraíba atingiu o nível normal. Por conta de chuvas nas regiões dos rios Pomba e Muriaé, vindas de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Ele deve aumentar ainda mais, mas nada significativo. Esta é a projeção tomando como base as previsões de chuva para a semana. Já as chuvas nas proximidades de Lagoa de Cima e do Imbé provocaram o aumento do rio Ururaí, mas o nível ainda está baixo. O normal para esta época é de 3 metros. A coordenadoria faz o monitoramento diário do nível destes rios — explicou o coordenador do órgão, major Geremias Nogueira Neto.
Inea – O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) intensificou as atividades do Sistema de Alerta de Cheias tendo em vista o período de chuvas que se inicia no Rio de Janeiro. O sistema, além de monitorar 113 estações hidrometeorológicas e dois radares meteorológicos próprios e de última geração, agora conta com mais 25 estações conveniadas em todo o estado. (A.N.)